terça-feira, 15 de outubro de 2024

Tuíte Salgado

Se a família do Ricardo Salgado se preocupasse com a saúde dele, teriam entrado no tribunal pela garagem.
Mas não, preferiram caminhar 100 metros por entre jornalistas e indignados para que todos os espectadores vissem o estado dele e dissessem: coitadinho, tem alzheimer, não  se julga uma pessoa assim, deve ser ilibado. 
Tudo para que não pague o que deve.

domingo, 13 de outubro de 2024

Most People Have Been Trained To Be Bored -- A Perfect Observer In Random Wounds


Solo project of Gustavo Costa:
composer, drummer and manager of the experimental music collective and association Sonoscopia in Porto, Portugal This 7" single is a split edition of Bor Land and Soopa from 2008
A side: The income of a government from all sources B side: Multiple choice of no truth

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

A mesma luta: isto é um negócio

Orwell era de esquerda e talvez fosse comunista mas não era um ortodoxo, denunciou o Estalinismo, lutou contra os fascistas em Espanha mas também não era anarquista, hoje talvez fosse adepto da corrente do marxismo crítico e do sentido de comunidade. Era um crítico da condição social, preocupava-se com os pobres. Viveu tempos de penúria e escreveu sobre isso e talvez a sua educação intelectual superior nunca fez com que ele desprezasse o pobre, sendo um pobre não disse mal de outro pobre, não se achou superior dizendo que o Outro não quer trabalhar e é um vagabundo, simplesmente retratou o modo como os vagabundos passam o dia e as noites.
O livro Na penúria em Paris e Londres permite fazer comparações com os dias de hoje,  um século depois:
Em Londres em 1930 a vagabundagem era proibida, as pessoas não podiam dormir nas ruas e quem não tivesse casa não podia ficar na cidade mais de um dia, tinham de andar de um lado para o outro, a pé. Ainda assim,  havia albergues de 5 em 5 km, e os vagabundos ou sem abrigo podiam pernoitar uma noite por mês em cada um deles, não pagavam nada e de manhã recebiam um pão e um chá inglês. Para quem podia pagar um mínimo havia pequenas pensões onde dormiam às vezes cinquenta pessoas,  as condições variavam de local para local.
Hoje em 2024, no Porto só há um albergue gratuito e tem lista de espera, ouvi dizer que a AMI também aluga divãs em camaratas por mais de 100€ por mês, o pobre entra às 17h e só volta a poder sair de manhã.
Conclusão: há um século era proibido ser sem abrigo mas havia albergues, hoje é tudo legal mas não há onde dormir e se se encontra um canto na rua ou debaixo de uma ponte, logo aparece a polícia municipal a chatear ou um fascista a bater.
Diz-me um hospede do Hotel Tijuana que o Moedas em Lisboa queria aumentar a taxa turística para 6€, no Porto brevemente vai aumentar para 3€. Isso significa que o casal do quarto 1 vai pagar por mês 42€ de taxa turística para poder usufruir de um quarto sem ar condicionado, na cave, só com wc e sem acesso a cozinha e sem pider fumar no quarto,  basicamente só para dormir,  ora 42€ a juntar aos 750€ de renda não deve sobrar muito para fazer qualquer outra coisa. 
- É claro sr Rogério,  que se pagar em numerário podemos esquecer a taxa.
E o hospede paga em numerário e o hotel não entrega a taxa. Outras vezes, pede-se ao hispede que pague a taxa em dinheiro explicando que o banco cobra uma comissão pelo pagamento em cartão e sabe, sr Rogério, o dinheiro não é para nós, temos de o entregar, e claro que o patrão se receber em dinheiro simplesmente não declara, ladrões da câmara,  ladrão do Estado, taxas e taxinhas, sempre a asfixiar o empresário, ora vamos lá baixar os impostos, o IRC, sr. Mintonegro ajude-me a não ir à falência, eu tanto posso vender o Tijuana a um holandês por milhão e meio como aumentar um piso ao edifício, diz o patrão. Vamos dar um benefício aos jovens para eles comprarem casa, benefício que sai do dinheiro de todos os contribuintes e acaba no bolso da imobiliária porque entretanto o preço do imóvel aumentou: senhorios, imobiliárias, hotéis, a mesma luta, a habitação como um negócio. 
Por isso, registo a leitura daquele esquerdalho no livro do Orwell que só trabalhava meio dia e se fazia despedir ao início da tarde no restaurante porque o patrão era por lei obrigado a pagar o dia inteiro. Por isso, escrevo que às vezes nos apetecesse dinamitar o local de trabalho e os patrões que não alugam a ciganos porque dizem que estes são ladrões e depois cobram tarifas à  porta mais caras do que pela Internet sabendo que pela Internet se paga uma comissão à agência,  querem lá saber se há pessoas que não têm onde dormir, sr Rogério,  isto é um negócio!
E o sr Rogério diz para ele próprio: hoje estamos cheios, não temos quartos, ide ser explorados noutro local, ide dar o dinheiro a outro patrão. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Divulgação: Ciclo de Cinema no Maldatesta, Porto em Outubro

 


No próximo dia 24 de Outubro, pelas 21h30, no Espaço Maldatesta (R. São Roque da Lameira, 2236), será exibido o filme “Silêncio”.

Esta sessão faz parte de um ciclo de cinema dedicado ao tema dos Sem-Abrigo, com o objetivo de sensibilizar o público para esta questão tão urgente e importante.

A Saber Compreender estará presente na roda de conversa.

Junte-se a nós para uma noite de reflexão e diálogo!



segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Tuíte Israel mostra que é um Estado acima da Lei

 Então Israel avisa o sul do Líbano de que têm de abandonar as suas casas porque vão ser bombardeados

e depois além de lhe bombardear as casas

bombardeia também as estradas por onde as pessoas foram obrigadas a fugir por causa dos bombardeios às suas casas.

Deu na tv, vi o buraco na fronteira, o jornalista relata: agora as pessoas fogem a pé.

sexta-feira, 4 de outubro de 2024

Tuíte Cultura oficial do nojo

 Fiquei hoje a saber através da leitura da crónica da Ana Cristina Leonardo no jornal Público que

para comemorar os 500 anos de Camões saiu uma edição dos Lusíadas com prefácio e ilustrações de Valter Hugo Mãe.

Bravo! Fico à espera da edição dos poemas satíricos de Bocage com selfies de Pedro Mexia.

Isso é que continuaria a ser! A alta cultura da pátria e dos vendedores de promessas vampirizando os esqueletos.



quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Divulgação: Concerto de Fatima Miranda no Porto, dia 11 de Outubro

 https://www.culturaemexpansao.pt/sessao/fatima-miranda/

Em contraponto à invasão do digital, dos smartphonesApps, computadores e gadgets de que dependem a música eletrónica e a arte sonora, que quase sem intervenção do corpo e do gesto resolve concertos com facilidades tecnológicas, Living Room Room é um concerto-performance para voz solo, intimista e a cappella, em que se defende a presença e a contundência de UM CORPO sem fios. Músculos treinados sem mais nada, esculpindo o ar com uma voz prolongada, num registo de mais de quatro oitavas, usada como instrumento de sopro e percussão.


Em palco, uma única voz em simbiose com uma significativa componente poética, gestual, visual, dramática e humorística toca-nos até ao âmago.


A dramaturgia de Living Room Room evolui do contemplativo, melancólico, dramático e ritualista para um ambiente de transe frenético, divertido e algo louco.


Living Room Room incentiva uma ESCUTA consciente e culmina com uma secção improvisada que interage com o público e com o silêncio sonoro do lugar, com a sua acústica, com A NOTA que é única em cada espaço, com o seu runrun, sempre único e imprevisível, cantando em diálogo com a arquitetura do lugar.


Filha de uma sensibilidade etnominimal, Fátima Miranda está sozinha em palco com os seus instrumentos habituais: a voz expandida, a herança do Oriente, o corpo, a onomatopeia, o humor, a repetição, o espaço-tempo. Com a sua inteligibilidade ininteligível, vira as costas à tirania dos cânones da beleza do canto e da palavra, e coloca o mundo sobre os seus ombros, entrando sem medo e sem receio na floresta de oralidades que ainda o povoam, carregadas de memórias fonéticas, talvez anteriores à linguagem, evocativas de códigos de comunicação já extintos e que se aninham no inconsciente coletivo.


Em contraste com o que habitualmente se entende por cultura, a poética inclassificável de Miranda atinge uma dimensão de modernidade no sentido do que é sempre contemporâneo, entendido como civilização, isto é, como aquela parte mínima utilizável do imenso mundo cultural.