terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Pára-me de repente o pensamento

Recebi de Via Láctea o dvd com o filme em baixo.
Aproveitem e comprem o dvd, contém extras preciosos.
O filme passa-se no Conde Ferreira e retrata o dia-a-dia de um grupo de utentes.
Os meus dois primeiros internamentos foram lá e reconheci no filme a rotina.
Além disso, aparece o psiquiatra que tratou de mim aquando da minha estadia no Magalhães Lemos,
e que só cessou essas funções porque se transferiu para o serviço da Misericórdia
(onde o CH Conde Ferreira se integra),
Também reconheço um utente de vista: na altura eu frequentava a sala de psicoterapia
onde fazia desenhos e ele estava lá falando bem «como um filósofo» e bem vestido como hoje.

-- Sabes porque os muros são tão altos?
-- Não, porquê?
-- É para que os malucos, que estão lá fora, não entrarem!




domingo, 25 de dezembro de 2016

sábado, 24 de dezembro de 2016

O Natal no Espaço T


A dona Belmira da seguradora Fiddelidade,
o presidente do Espaço T
e moi-meme

na entrega do cabaz de Natal
dia 22 de Dezembro de 2016

Espaço T, o melhor local da cidade,
a foto em baixo é disso prova.
Eu sinto-me bem lá, e integrado.
Obrigado por existires!




Música de Natal




quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Dois artistas fabulásticos


'Marco, o meu nome é Marco'
aguarela sobre traço preto impresso a laser em papel A4 de 150g/m2
2016
ZMB


'Santinha, o meu nome é Santinha'
aguarela sobre traço preto impresso a laser em papel A4 de 150g/m2
2016
ZMB

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Que rica menina

Correspondências from zmb_mur on Vimeo.

O vídeo da exposição 'Correspondências'
com banda sonora de Sun Ra no disco 'Medcine for a nightmare'

Exposição até 13 de Janeiro de 2017
na Quase Galeria

Rua do Vilar nº 54 Porto Portugal

Mais Correspondências









domingo, 18 de dezembro de 2016

5 Correspondências


Na Galeria Quase
Rua do Vilar nº54 Porto Portugal

com trabalhos de alunos do Espaço T
Todos os dias excepto fins-de-semana até meados de Janeiro

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Teremos sempre Paris


O meu trabalho na exposição 'Correspondências'
a decorrer na Galeria Quase:
Rua do Vilar nº54 Porto, Portugal

A partir deste desenho:



quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Correspondências -- exposição colectiva

Group exhibition from the students of Espaço T at Galeria Quase, This December 16, 2016. Vernissage at 7 PM Rua do Vilar 54, Porto Portugal 


O Espaço t, tem o prazer de o/a convidar para a inauguração da exposição coletiva "Correspondências" a decorrer no dia 16 de Dezembro, na sede do Espaço t - Quase Galeria às 19:00h. A Exposição é composta por trabalhos realizados pelos alunos do Espaço t nos ateliês artísticos da instituição. Esta iniciativa, faz parte do projeto “Colorir Afectos” financiado através do Programa de Financiamento a Projetos pelo INR, I.P.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Haiku 51


'
Jac Balde nunca usava guarda-chuva, dizia que era por causa da música cantada pelo Tó Espera e pela Mariana Cheia-de-Fé. 
Balde era tão fiel que, mesmo chovendo, se sentava à chuva na esplanada com wifi a tomar café e a tossir. Não se importava de morrer novo, achava-se desgraçado. 
Ora acontece que há mui boas pessoas preocupadas neste mundo infame e assim, Bashô imponente na sua perna de platina e bengala de marfim, protegida da intempérie pelo seu abájur capilar resolveu ajudar Jac a mudar de vida a troco dos dez porcento e entrou na Livraria Satie para contrafaccionar um haiku a pedido. 
Jac, tossindo, ligou-se à rede para saber as news e os olhos esbugalharam-se, o pouco cabelo eriçou-se com uma descarga eléctrica imaginando-se no céu a voar: «Ieé, I'm gonna be supermé!»
E assim, a magia tornou-se realidade, Jac Balde colocou-se no terreno à procura de guarda-chuvas e chapéus, escolheu um gorro preto e foi lavá-lo cuidadosamente a quarenta graus na lavandaria da freguesia.
Podemos agora ver como está mudado, passa o tempo no jardim das cerejeiras a fumar e, quando chove, para se proteger pôe o livro na cabeça.
Às vezes, só falta o estímulo.
'

Claudio Mur,
inspirado por Cuca Bashô
e com o alto patrocínio de Suzy 3

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O que não sabe como foi

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C.. F.. é um velho morfinómano! Ufana-se da sua intoxicação como de uma glória -- visto que resiste, há vinte e tantos anos, a doses violentíssimas de morfina e heroína. Magro, duma magreza aflitiva, ossuda, esquelética -- a sua aparência impressiona, comove... Aquele corpo já foi revestido de carne, estofado de gordura. Mas o morfinismo tudo lhe vampirizou, deixando-lhe apenas os ossos, contorcionando-o, como nos subterrâneos do Santo Ofício... As pernas bailaricam dentro das calças; a cada passo os frágeis arames que lhe suportam a cabeça gingam -- como na ameaça duma desarticulação completa. Lívido, o seu rosto segrega permanente suor viscoso, gotejando umas bagas grossas e baças -- dir-se-iam pingos de estearina... O seu coração é um acrobata inverosímil que ora espinoteia em cabriolas de circo, ora faz greve em suspensões tão longas que aparvalham os médicos mas que deixam o seu proprietário em absoluto indiferentismo...
Um dia perguntei a C.. F.. como tinha começado...
-- Não sei! -- respondeu. -- Como já te disse, vivi muitos anos em Paris, frequentando a Sorbonne. Em Paris casei-me com uma senhora francesa... Da nossa lua de mel floriu, logo passado um ano, um delicioso bebé... Eu ignorava a elasticidade das paixões paternas -- e por isso exagerei, numa idolatria obcecante, o meu amor pela criança... Uma manhã, aquele berço espumante de rendas em que eu sonhara ver uma caravela de venturas pela vida fora -- naufragou, transformando-se num túmulo, em poucas horas, as horas mais amargas que sofri até hoje... Se as lágrimas matassem -- teria sucumbido sobre aquele pequeno cadáver de dois palmos... Mas o que as lágrimas não conseguiram -- alcançou-o a dor, anoitecendo-me numa crise de loucura o espírito... Desde que perdi a razão e me levaram para um manicómio -- até que, um ano depois, amanheceu de novo o meu cérebro, voltando a mim e vendo-me a embalar nos braços uma boneca -- ignoro por completo o que se passou, o que fiz, o que me fizeram. Coagulou-se-me em trevas esse período tristíssimo -- numa escuridão tão espessa que nem uma pepita de luz brecha a minha memória... O que sei, sim, é que já era então morfinómano e que nunca mais conquistei a alforria da droga... Como foi? Como comecei? Desconheço-o!
'

,página 107-108

"Memórias de um ex-morfinómano"
Repórter X
Edição Propaganda, 1976

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

... e para quando uma re-edição em glorioso vinil lp?

Um clássico
nascido na Guarda, Portugal
e verdadeiramente único, ao nível dos melhores do universo:
Muito gostaria que uma editora falasse com Victor Afonso e restantes membros dos Nihil
para que esta pérola fosse re-editada em vinil.
Eu, e muitos outros certamente, compraria.





terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Catalogue with a fan video



From "Pénétration"
Live at Brasserie Birseckerhof, Basel '82
Jacques Berrocal, Jean-François Pauvros, Gilbert Artman
©1982, Hat Hut Records


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This is a fan video

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Uma versão com tiros e sirenes para 'Ultim Arlène' pode ser encontrada
neste excelente disco de 2014:

https://www.discogs.com/Jac-Berrocal-MDLV/release/5550044

Comprimidos, all kinds of pills


'Comprimidos, all kinds of pills'
óleo sobre tela
45cm por 35cm
2000 - 2016
ZMB



(publicado inicialmente neste blog em 2014)



Antes de ter sido necessário eu assinar papéis a autorizar
a injecção de neurolépticos no meu corpo
que me tornaram por uns meses num vegetal recesso,
ainda antes de receber a prescrição e ingerir via oral
os medicamentos com os quais os psiquiatras dizem que
eu posso fazer a minha vida normal porque estou 'compensado',
antes de voluntáriamente ou à força os tomar
mesmo dizendo ao psquiatra que os tomo como se fossem placebos...

já antes os tomava com álcóol, uma moda estúpida para os outros,
os outros não sei e sei: eu queria desaparecer.
hoje que sei o que é 'descompensar' e as pessoas terem medo,
dou finalmente valor à vida:
'talvez tudo fosse necessário que de tal forma acontecesse'

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Egberto Gismonti e Naná Vasconcelos



Pasagem pirata: dançando nos cornos do rochedo


'Paisagem pirata: dançando nos cornos do rochedo'
óleo sobre tela
45cm por 35cm
2000-2016
ZMB

Comecei este trabalho em 2000 
(ver fotografia de época em baixo)
Pareceu-me um trabalho minimalista: 
apenas três cores num ambiente de paisagem.
Nunca o consderei acabado.
Este ano, dei-lhe um tratamento psicogeográfico.

(fotografia de época, com sombras)