sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Lendo um pouco de «A Fome» de Knut Hamsun

 

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Lendo um pouco de «A Fome» de Knut Hamsun: o autor consagrado que, na sua velhice, se deu a apoiar o totalitário sistema nazi, não sei se foi só senilidade ou se já havia raízes totalitárias enquanto mais novo, sabendo que o mal como totalidade sempre existiu mas quando cresce começa por pequenos nadas e às vezes não se percebe a tempo o Horror em que tudo terminou (e que nestes anos parece esquecido ou negado).
Lendo por isso com reservas mas tentando perceber como um «pobre» ou desprezado pela sociedade pode querer o mal quando finalmente ganha o seu estatuto e um bom lugar na sociedade. Talvez seja a raiva de ter sofrido angústias e querer que outros sintam o que ele também sofreu, talvez seja ver que outros com menos dificuldades conseguem mais e mais rápido.
A ele e a outros que se possam iludir com totalitarismos, digo aproveitando outras palavras ditas noutros contextos e que, aqui em baixo, adapto e acrescento:
«O presente momento tem que ser recíproco, a comunicação tem que ser bidireccional e franca, e não pensar que temos sempre razão, não deve haver cobrança entre irmãos que se querem amigos, a raíz é o passado, o presente é a árvore, o futuro será um fruto amado mesmo que deficiente, termos que cuidar da árvore e são bem-vindas todas as mãos, haja boa vontade de todos, dividir para conquistar não é boa solução e dá péssimos resultados mas quando não se pode unir o que é desavindo, qual é o local de repouso e o que acontece aos que ficam na berma?»

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