terça-feira, 15 de março de 2022

Diplomacia, minha querida, di-plo-macia

 -- Bom dia alegria!

-- Bom dia, então tá tudo?

-- Tudo. Novidades?

-- Ainda não fui ao continente eheheh...

-- Atão, o que fez hoje?

-- Acordei há pouco mais de uma hora, fui comprar pão, agora estou aqui a descansar.

-- Isso é que é, boa vida!

-- Ó, eu deito-me depois das duas... tenho de dormir.

-- Eu também e estou aqui.

-- Nunca estás contente.

-- Sabe que o pobre sempre reclama. Olha, hoje não vai dar para eu ir contigo...

-- Porquê?

-- Tenho de ir logo para casa, vai lá o técnico da nos.

-- Ah tábem. Amanhã.

-- Amanhã tenho de ir fazer as unhas, mas só vou lá prás quatro.

-- Então dá tempo de vires aqui.

-- Sim, olha me vou, manda um beijinho à tua mãe.

-- Ok, ela manda um pra ti...

-- E um para o teu pai, eu sei que ele não gosta de mim mas manda na mesma!

-- Ó!, ele agora já gosta de ti, sabe que tu trabalhas, só se fosses vagaba é que...

-- Eu tinha a resposta na ponta da língua: o sinhô é um di-tá-dô!, mas pronto, eu respeito ele, ele é seu pai.

-- Obrigado, eu também não conseguiria viver em casa dele se não tivesse a distracção que é o trabalho. Mas ele está um pouco mais tolerante, lembras do que eu te disse? Diplomacia, minha querida, di-plo-macia.



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