Vou neste capítulo.
Até aqui, os capítulos são como pequenos actos de uma peça de teatro. O palco pode ser ao ar livre ou ser um salão com uma fotografia projectada na parede do fundo como cenário, se tivéssemos muito dinheiro podíamos montar um cenário real, quero dizer, plantar árvores, requisitar estátuas, ou então, encenavamos a peça em vários locais, um local um acto, que digo eu?!, um acto por dia, poder-se-iam arranjar excursões para o público seguir na comitiva dos actores.
Eheheh escrevo tudo isto porque estou a tentar entrar no espírito do texto, que é cómico e divertido, os actos até este capítulo são quase todos monólogos que me parecem vir da tradição do absurdo mas antes de Beckett, estou a pensar em Charles Cros.
Um destes monólogos é para mim memorável, e se eu fosse jovem talvez lhe chamasse de épico, o monólogo da mulher que fala ao homem que do início ao fim permanece calado e sem mexer um músculo, lembrou-me na vida real a Vallis dando-me um sermão e eu com a cabeça entre as orelhas afundado no sofá caladinho que nem um rato.
É um livro que aconselho.
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