sábado, 27 de junho de 2015

A tradição e os costumes


Dá-me um cigarro,
Dá-me lume,
Dá-me uma cerveja,
Já sabes o costume,
Dá-me uma mortalha,
Que eu enrolo isso,
Dá-me a pedra,
E deixa-te disso.

Dá-me uns trocos para beber um cafe,
Vá lá, já sabes que estou farto de estar em pé,
E não me olhes com essa cara atravessada,
Dá-me o telefone da tua namorada,

Porquê, porquê, porquê? porque ela tem uma coisa para mim,
Quantas pedras de gelo queres no teu gin?

Dá-me a tua vida, dá-me qualquer uma,
Troco na boa na boinha pelos meus ténis puma.
Da-me um coração que o meu foi roubado,
A cabra que o levou nem sequer deixou recado.

Dá-me um pouco da tua classe
Quem sabe talvez resultasse,
Prometo que não a estrago, 'tasse?

Dá-me um bilhete para o cinema, melhor,
Dá-me cara duma estrela de cinema
Um sorriso pepsodent de orelha a orelha
Fofinho e inocente tal e qual uma ovelha

Da-me a tua imbecilidade numa aspirina
E juntalhes a tua integridade cabotina
Achas que cabe tudo na mesma terrina
Sabia-me mesmo bem agora uma gelatina

Dá-me um tiro se isso te faz sentir melhor
Dá-me um lenço, dá cá eu limpo-te o suor
Não consegues atirar? bem me queria parecer isso
Dá cá essa merda,
Eu faço-te o serviço.

Sem comentários:

Enviar um comentário