sexta-feira, 21 de outubro de 2022

«Ontem a IL obliterou Liz Truss da sua ala política. Nem Estaline foi tão pronto a obliterar camaradas.», subscrevo

 Transcrevo o final da crónica de Carmo Afonso no jornal Público, dia 21 de Ôutubro de 2022:

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Uma fã de Margaret Tatcher que tentava seguir as suas passadas e resgatar os valores conservadores fundamentais, acaba por ser comparada a José Sócrates. Nada corre bem a Liz Truss. Diminui a receita fiscal entre os mais ricos, mas acabou por assustar os próprios mercados financeiros e provocar uma queda acentuada no valor da moeda. Isto foi o que aconteceu. Mas vamos à análise da IL: Liz Truss aumentou a dívida pública como os socialistas fazem.

Não é má análise política o que está aqui em causa. É apenas sobrevivência e a mais descarada lata. Correu mal? É socialismo. Um político caíu em desgraça? Dizemos que é igual a Sócrates. Era um liberal? Mas dizemos que não era um liberal a sério.

Não é só das lições contidas nos 45 dias de governação de Liz Truss que podemos extrair a falta de maturidade da IL para assumir responsabilidades políticas executivas. O partido ontem encarregou-se em definitivo de mostrar quem é: um grupo de irresponsáveis que acreditam que conseguem confundir os portugueses sobre o que é socialismo e o que é liberalismo, enquanto os próprios vão confundindo política com humor e irreverência com desonestidade.

O neoliberalismo já tinha dado grandes provas de não funcionar, mas nunca tinha sido tão rápido. Liz Truss foi absolutamente exímia nesse aspecto. Devemos-lhe isso e, para quem quiser ver, devemos-lhe também esta oportunidade de decifrar o código ético da IL.

Ontem a IL obliterou Liz Truss da sua ala política. Nem Estaline foi tão pronto a obliterar camaradas. Sim, agora todas as comparações com a IL passaram a ser permitidas.

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Subscrevo, e acrescento:

O capitalismo come os seus heróis e líderes e caga os seus escravos, o rico capitalista come miolos da marca Monsanto e o pobre capitalista come tripas de marca branca, vemos isso em todas as empresas privadas e na pressão que se faz no emprego público: adoramos o líder enquanto o negócio corre bem e quando corre mal pagamos a um alienado para o atirar pela janela e no final metemos o alienado na prisão perpétua do hospital.

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