Eu tenho um problema com o mundo, não gosto que apaguem a minha voz, acabo sempre por ficar a falar sozinho ou para uma parede. Há poucos dias aconteceu o que de vez em quando se repete: um comentário numa rede social em jeito de desabafo foi apagado pelo proprietário do espaço onde comentei. Isto chateia-me porque me silencia. Mais valia que me rebatessem e que comigo dialogassem. Também pode acontecer que eu fale a despropósito focando-me num pormenor que li e que acabo por comentar, e que assim gere ruído tóxico, o que ninguém quer à sua porta.
Tudo isto para dizer que nem tudo é mau, também tenho uma ou duas pessoas que comigo falam sem paternalismos. Ontem tive uma conversa dessa, uma conversa literária. Fico contente em ter conseguido ganhar dois leitores das minhas edições em papel, leitores que não me dão cabeçadas mas dizem o que pensam sobre o que lhes parece mal no meu texto. Para mim, isto é o ouro que ganhei com a auto-edição.
Acabei já a meio da noite a enviar por whatsapp um agradecimento pela conversa sincera, disse que prefiro mil vezes que me apontem os erros do que me bajulem, acabei a dizer que as pessoas talvez pensem que eu quero dinheiro e fama mas eu só quero comunicação e troca de ideias e um mínimo para alimentação, fumo, discos e livros.
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