Em «Dormir ao sol» de Bioy Casares, no Instituto Frenopático trocam-se por transplante sem anestesia de um cão para um paciente as glâdulas pineais, onde dizem estar a alma, de modo a restaurar a sanidade mental.
Em «O alienista» de Machado de Assis, o médico interna toda a gente que lhe parece ter um desiquilibrio mental, depois liberta toda a gente porque a Casa Verde contém já quatro quintos da população da cidade, depois chega à conclusão que todos são loucos e interna os sãos que só liberta quando os vê fazer alguma manigância desiquilibradora, e, por fim, interna-se a si mesmo passando a ser o único paciente.
Há uns anos, vi um filme «de terror» inspirado no trabalho de um médico húngaro dos anos 10 dentro do seu hospital.
Choro de medo com as atrocidades que os doentes sofriam.
Os meus problemas são tão pequenos quando comparados com os de outros.
Que fazer quando queres ajudar e ninguém liga ao que dizes?
Fazer como o passageiro que vinha a meu lado um dia num avião: acabar um livro e começar outro no mesmo vôo, no mesmo dia, na mesma noite, agora mesmo.
Combater o tédio, precisa-se e procura-se.
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