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Muitos psicólogos estudaram a personalidade de Don Juan, mas nenhum o fez do ponto de vista dos dez centavos, isto é, de Don Juan perante o problema de não ter dez centavos para seguir uma dama que, depois de olhar para ele, apanhasse um eléctrico.
Porque é preciso reconhecer que Don Juan seria, nos nossos dias, um «pelintra». Não trabalharia, dedicar-se-ia em exclusivo ao amor e, salvo se vivesse de rendas, andaria o tempo todo de bolsos vazios e sem um tostão furado.
Esta história, naturalmente, foi-me sugerida pela confissão de um amigo.
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página 29
«Águas-fortes portenhas»
Roberto Arlt
selecção, versões e posfácio de Rui Manuel Amaral
edição Editora Exclamação
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