És a força que me tira da inércia
És a minha reacção normal à superfície
à superfície deste vulcão interior sempre
A expulsar magma e pedra-pomes
És esse rio de lava que aquece os meus
Ventrículos e as minhas aurículas
És esse tempo ao quadrado, és essa potência
de base cinco mil
És sobretudo o quadrado da minha hipotenusa
E eu sou o teu cateto, pequenino e frágil
Mais pequeno e frágil que o impulso
Da mais minúscula pena a cair no vazio,
Em queda livre
Em queda livre caio eu quando sinto
O teu movimento rectilíneo uniformemente acelerado
Em que... em que...
Não sei, força que me tira da inércia, não sei
Só sei que quando sou o teu ponto de aplicação
Acelero dois mil metros por segundo ao quadrado
E vou até à lua, ver crateras e navego no espaço
Cósmico e outro em Vega e penetro na mais longínqua
Galáxia...
E dentro do teu catetosinho explode um coraçãosinho
Repleto de lava, quentinho com a intensidade de
Quinhentos mil newtons.
És a minha força gravítica, nada mais...
Só me fazes cair.
(Estas palavras são de Via Láctea, uma das irmãs do Rui)
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