Votei na CDU. No meu novo horário de trabalho cheguei a casa a tempo de ouvir o Rui Rio não dizer uma única vez que perdeu, até parecia que tinha ganho, depois o sorriso zangou-se em alemão, percebeste o que ele disse, mãe?, até ela que votou nele disse: vai-te embora! Mãe, foi assim doze anos na câmara há quase dez anos, ele é assim bróeiro. Foi aí que o meu pai resolveu ir-se deitar, o meu pai votou no Chega por causa do Rio mas para Rio o Costa ganha por causa das perdas à esquerda do PS e não por causa dele e quando instado a clarificar caiu o verniz ao pepsodente do sorriso, eu bem disse ao meu pai: se eu concordasse com a política de direita votaria na IL-- eles pelo menos não insultam e o Chicão falava de combater o socialismo do prec tendo nascido em 88. O Rio para não perder votos para o Chega radicalizou-se, disse que não disse e o Ventura cantou-lhe uma música de outro Rui, o Veloso, o Rio postava gatinhos e o Ventura gozava com ele.
Quando foi a vez de ouvir o Ventura e os abraços dos fascistas entre eles, pensei: vamos ter um grupo de gorilas no parlamento, o meu pai até já se esqueçeu que o Passos Coelho-- a mãe da criança-- lhe cortou a reforma.
Desliguei a TV, a minha mãe foi rezar, fui dizer boa noite ao meu pai já deitado, e vim para o anexo dormir, amanhã tenho de trabalhar de novo, todos nós temos de trabalhar amanhã, todos menos os donos das startups da IL que oferece café aos colaboradores e os despede enquanto eles tiram a remela do olho enquanto tentam cumprir com os objectivos semanais: ah está com febre? Pois não venha trabalhar mais.
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