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Desde que a erva cresça, o vento sopre e o céu seja azul
«Olá,
como estás?
Apetece-te falar, partilhar, dizer algo, algo que me diga que estás viva
e bem…
Eu estou mais ou menos como sempre, tu sabes
espero que ainda saibas: alone but not alone alone with Sanea Vallis in our head
as usual
metastizando hemorragias
fazendo coisas para vos oferecer
esperneando às vezes por não ter paciência para esperar que aturem o
meu modo de tentar Ser
diz algo vá lá
e lembra-te que és ou foste uma Mulher Muito Importante para mim
diz algo, comunica
não deixes que eu te esqueça
não sei que mais dizer: malmequeres, talvez?
SEND» para a pessoa errada.
G is the hairy queen of all us four,
I only have good memories of her,
the others pretend to forget this or that.
Afastei o meu passado e o meu passado afastou-me, uma vez por outra lembro-me de
saudar a Saudade e ela ou ele recusa voltar ao diálogo. Não tenho valor de mercado.
O instinto de sobrevivência leva-me à conclusão:
«não preciso mais de palhaços travestidos de curiosidade
ou de meninas artistas e senhoras com lágrimas de cristal.»
Estas foram as últimas linhas verdadeiras, a sinceridade de tudo o resto,
desenhada a partir de notas dispersas e cartas-bomba ao passado nas quais às vezes
pus um selo,
revelar-se-á menos ou mais verdadeira ou mais ou menos errada.
Porque a verdade é o erro mais expediente, como diz Vaihinger.
Porque estupidez não é sinónimo de loucura e apenas um maior ou menor grau.
Porque a loucura está para lá do género sexual.
Porque de tanto negar a mentira ela se torna verdade.
Dedico estes contos de fadas e tresvarias autopsicográficas ao poeta criminal rehabilitado, louco não assumido, estúpido pedante, doente como eu, ele chama-se:
Mauricelho da Sogra.
«Quem quiser que faça dele uma bandeira» tchouk tchouk.
Porque no fundo sei que mais vale pintar a catástrofe do que explicá-la em palavras.
A erva não cresce, o vento não sopra e o céu não é azul.
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