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Depois disto vi um rasgo aberto no horizonte e a voz que antes ouvira falar-me como uma trombeta, disse: «Olha para o Cubo e mostrar-te-ei o que deve acontecer depois disto». De repente elevei-me dentro do Cubo e vi um trono onde um Cifrão pairava.
O Cifrão que pairava era semelhante a uma pedra de jaspe e sardónio, e um arco-íris circundava o trono, com reflexos semelhantes à esmeralda. Ao redor do trono, havia outros cento e oitenta e nove tronos sobre os quais estavam sentados cento e oitenta e nove Chefes de Estado, de fato e gravata, com satélites sobre as cabeças. Do trono saíam relâmpagos, vozes, trovões, e, adiante dele, brilhavam noventa e sete lâmpadas ardentes, que são as noventa e sete grandes multinacionais.
Diante do trono havia ainda como um mar de vidro semelhante ao cristal. No meio do trono e à volta dele, havia cinco Animais, constelados de olhos por diante e por detrás. O primeiro Animal era semelhante a um economista, o segundo parecia um político. O terceiro era como um militar de carreira; o quarto tinha um rosto como de um homem; o quinto era semelhante a um jornalista em pleno voo.
Os cinco Animais tinham cada um seis caixas cobertas de antenas em toda a volta por fora e por dentro; e não cessam de repetir, dia e noite: «Grande, Grande, Grande, o Senhor Cifrão Omnipotente, O que era, O que é, O que há-de vir».
E cada vez que os Animais dão glória, honra e se submetem Àquele que paira sobre o trono e que vive eternamente, os cento e oitenta e nove Chefes de Estado (ditadores e eleitos) prostram-se diante d'Aquele que paira sobre o trono e adoram Aquele que vive eternamente e lançam os seus satélites diante do trono, dizendo:
«Tu és digno, Cifrão nosso Deus, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas e por Tua vontade elas existem e foram criadas.»
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página 15 - 16 de
''Apocalipse, uma distopia sobre o presente''
de Carlos César Pacheco, http://www.carloscesarpacheco.com/
edição Edições Mortas
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