segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Alegria

Apesar de sentir algumas patadas do mundo, de vez em quando as pessoas deixam-me contente. Houve tempos em que sentia que o meu trabalho não era valorizado. Mas nos últimos anos isso tem vindo a mudar. A minha pintura não é fácil de observar, gostar e comprar mas compensa saber que o último quadro que vendi foi parar à parede do quarto de um casal que muito estimo. Este quadro é para eles tão valioso como uma pessoa. Dialogam com o quadro quando o outro está ausente e se alguma vez se separarem, o que não farão, terão de tesourar o quadro a meio. Isto é loucura, isto é beleza, isto é alegria. É para isto que eu, como pintor, vivo e não para o dinheiro que da venda obtive. Obrigado pela amizade.

5 comentários:

  1. Uma pergunta, ou duas, sem manha qualquer, apenas curiosidade: se ganhasses o euromilhões (é só um modo de te imaginares sem constrangimentos financeiros), continuavas a pintar? SE sim, continuavas a vender as obras?

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    1. Nao é o dinheiro que me move para eu pintar, eu estive entre 2009 e 2013 quase sem pintar porque tinha outros objectivos e compromissos. o ter-me reformado em 2014 deu-me uma estabilidade monetária que me permitiu, com a ajuda dos meus pais, dedicar-me só à pintura.
      eu sempre que tiver uma ideia que considere boa e estiver sintonizado e em forma mental, eu pintarei essa ideia.
      Se ganhasse o euromilhões, dá-los-ia a amigos e/ou baixaria o preço dos trabalhos ao limite mínimo monetário e só porque não tenho espaço suficiente para os manter e quero transmiti-los a alguém. não seria o dinheiro a mover a transacção mas ainda o que tento fazer hoje: a relação de amizade que mantenho com a pessoa que quer mesmo ter um trabalho meu.

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