segunda-feira, 4 de julho de 2022

O liberalismo diz: «enriquece à vontade, mas se não chegar para mim não entras no clube.»

 ''

O liberalismo diz: «enriquece à vontade, mas se não chegar para mim não entras no clube.»

Os liberais ou adeptos do liberalismo escreveram nos seus princípios também o princípio da liberdade e dizia mais ou menos o seguinte:

Os homens não podem ser forçados à liberdade, a liberdade não pode ser um presente chegado do exterior, os homens não podem esperar que lhes dêem ou tirem mais ou menos quantidade de liberdade como num regime totalitário, são os homens que devem agir para conquistar a liberdade.

Mas este sentido de liberdade nunca teve como referência geral o homem comum mas sim o homem económico e religioso no poder da ordem social.

Para o liberal o Estado não deve intervir na economia, na criação de riqueza, dizem que o homem é livre de enriquecer e o estado apenas deve intervir na área social como formar e educar indivíduos e integrá-los como uma força de trabalho, incentivá-los a subir na escada social, mas só até certo ponto pois ele não poderá agitar as suas próprias ideias acerca da liberdade, acerca da repressão estatal, económica efectuada pela ordem instalada. Seja feito tal e os liberais dirão que o indivíduo deve ser castigado.

Primeiro difamam-te, depois tiram-te o emprego, depois a mulher e os filhos, a casa e até o carro quando agora este te serve de residência, daí a pôr-te na cadeia por delitos de sobrevivência... É um pequeno passo. O liberalismo prega uma cartilha de valores morais, mas quando se chega à realidade vê-se que se algumas pessoas injustiçadas conseguem mesmo assim se tornar mais fortes, são essas apenas as poucas que conseguem sobreviver, as pessoas são forçadas a trocar a dignidade pela corrupção, pela hipocrisia, apenas essas sobrevivem, o liberalismo pode dizer que o tempo é de mudança, mas a direcção é a de um iluminismo para um absolutismo anti-histórico, uma regressão.

Caminhamos para o totalitarismo liberal.

''

Estas considerações foram escritas em 2011 e têm por base a audição de um programa radiofónico chamado «Questões de moral» da autoria de Joel Costa, um programa de reflexão política e filosófica que na altura passava na Antena 2. Gostava de ouvir o programa e as interpretações do radialista, lembro-me de vários programas sobre o Sócrates (tanto o filósofo como o adepto das fotocópias) e de outros sobre a história de amor entre o nazi Heidegger e a judia Annah Arendt.

4 comentários:

  1. Tenho guardadas umas quantas k7s que o meu pai me deu com esse programa gravado, do qual dizia maravilhas e que pensava eu iria gostar. Não as ouvi até hoje e provavelmente não irei ouvir...

    Kina

    ResponderEliminar
  2. Às tantas conheceram- se em alguma "bohemian night"... recoras algum
    " professor Graça " ?... acho que era assim conhecido entre os amigos da copofonia. Homem de cultura e inteligência superiores, mas cá por coisas, por mim temido desde tenra idade, não chegou a ser odiado, não, mas nenhuma salutar relação poderia nascer do terror. Enfim, novelas psico familiares, quem as não tem?!... 😉
    Foi curioso aqui encontrar mais esta referência.

    ResponderEliminar
  3. Recordas* em vez de recoras, ali em cima

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O teu pai conheceu o Joel Costa? Boa! Eu só lhe conheci a voz, o programa acabou na rádio na altura dos cortes que o passos coelho fez na RTP, era um bom programa, tive dele notícias mais tarde num artigo entrevista no Jornal de Letras, mas já não me recordo do que li lol
      Bem-vinda de volta :)

      Eliminar