segunda-feira, 6 de abril de 2015

Abominável homem das neves avistado a tentar serrar os cornos [para os esconder] de um yak

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Nunca o homem poderia desaparecer repentinamente de tal modo está aqui sentado na sua linda casa, que atrai à noite a escuridão das florestas e o preconceito dos seus habitantes. Fica-lhe mesmo bem! Esta mulher não precisa de piedade. Os poros do filho ainda são pequenos. A mulher vacila sob o fardo da sua pesada sorte. Com uma condução inteligente ainda se lhe pode abolir a prisão, mas não pode negar acolhimento ao marido. O prato rápido já devia estar a ser cozinhado nela. O simples facto de ele aqui estar, faz humidificar o seu orifício. Na maior parte das vezes, o fim das excursões de empresa é alegre e bem regado, o que está escondido palpita, quer lançar livremente as suas secreções. A vida consiste em grande parte no facto de nada querer ficar onde se encontra. Portanto, venha a mudança! Desta maneira cria-se o desassossego, e as pessoas visitam-se, mas têm sempre de carregar consigo próprias como se fossem um fardo. Criados cumpridores, apresentam-se com os seus chouriços sexuais, e com o talher sobre a mesa, para que lhe ofereçam rapidamente um buraco, apenas para, mais ávidos agora, aparecerem e oferecerem a sua hospitalidade a outros simplórios. Nem as secretárias querem admitir que se sentem expostas aos apalpões nas blusas. Riem-se. Há incrivelmente tanta gente, que nem todos conseguem ter a sua parte no deboche.
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, página 36
"Lust"
Elfriede Jelinek
Edição Editorial Estampa, 2ªedição 2005

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