quarta-feira, 29 de junho de 2022

Antropofagia Restaurativa de Base,
As receitas de Bárbara Sete-Fúrias

 Um texto de A.M. pblicado no jornal A Batalha, nº 295 -- Maio - Agosto 2022:

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Cabidela de ditador com caldo de hidra

Nota prévia: Esta receita contém ingredientes de difícil manuseio e deverá ser cozinhada colectivamete, seja por questões de segurança, seja para que toda a gente participe e guarde no adn a memória da luta contra o fascismo.

Nm campo minado de autocratas psicopáticos, caminhe até à zona obscura e pantanosa onde borbulha a nação-império e escolha o ditador fermentado na demência de poder mais apodrecida que encontrar. Pode ser esse. (Se a escolha não for óbvia, consulte o índice de vítimas perseguidas, presas e assassinadas.) Colha o ditador pelos fundos e sacuda num gesto seco para que se liberte da hidra parideira. Âmarre-o rapidamente com uma corda, corte logo às postas e deixe a marinar no seu próprio sangue venenoso. Atente agora na hidra, como emerge debaixo da terra, fétida e irada por lhe terem ceifado o seu viscoso rebento. Frente à sua violência é crucial que todas as pessoas da aldeia, devidmente protegidas com escudos e capacetes, se atirem ao monstro como se não houvesse amanhã, até porque parece que não haverá realmente, não é? e o desfaçam logo ali usando cada uma os meios que entender, da flauta de Hamelin à guilhotina, da flecha no meio da testa ao passe-vite. Quando a hidra moribunda cair para o lado, ponha-a numa panela e pressão e deixe-a cozer no seu próprio bafo tóxico. Por fim, devolva as postas do ditador à hidra que o pariu, polvilhe com um sortido de pequenos invertebrados, contendo gurus, generais, assassinos, bufos e paus mandados de toda a espécie, misture muito bem e está pronto a servir.

Nota final: é indicado APENAS para acólitos deste ou de outros ditadores. Humanos e outros animais podem sofrer grave indigestão.

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