O meu pai diz que os jornalistas mentem e repetem as notícias e, na altura do almoço ou jantar, sempre que a tv passa uma reportagem sobre a Palestina ele diz que é falso, é de ontem, já deu, é invenção e muda de canal. Dias há em que não me importo, afinal moro em sua casa. Mas noutros dias, como ontem, disse:
-- É, dizes que já deu e não queres ver e mudas de canal, mas eu que só vejo tv e as notícias quando estou aqui na cozinha acabo por não conseguir ver. Ora, tu dizes que já deu e não queres ver mais, mas a verdade é que já viste, ainda há duas horas às seis da tarde estavas a ver as notícias da guerra...
E mudei para o canal 1 e vi.
Vi um grupo de palestinianos na Cisjordania a atirar pedras numa estrada longa onde ao fundo estava o que parecia ser uma espécie de chaimite militar israelita. As pedras nem a metade do caminho chegavam, quanto mais aleijar algum soldado israelita. A reportagem continuava, o locutor dizia e eu via uma mulher palestiniana vestida de negro a trazer pedras que pareciam bocados de brita do alcatrão de estradas, via-se um carro pertos deles a arder, e lá longe a chaimite israelita. Os seis ou sete palestinianos continuavama atirar pedras e depois, antes de terminar a reportagem, o locutor disse mais ou menos isto «os jovens atiram pedras, os serviços médicos estão a postos, dois tiros acertam no alvo.» A reportagem termina com a porta de uma ambulância a fechar-se.
Relato duro e seco.
Hoje, ao almoço, vi um jovem adulto israelita dizer qualquer coisa assim: «Ah, o hospital... não fomos nós, nós temos moral, nós não atacamos hospitais.»
Virei-me para o meu pai e disse:
-- Grande moral, ontem deu os palestinianos a atirar pedras e a receberem balas. É essa a moral dos israelitas. Um palestiniano atira uma pedra a um carro blindado e o israelita faz pontaria à cabeça e mata um palestiniano. Ontem morreram dois. O jornalista chamou-lhe «alvos». Balas contra pedras. É essa a moral dos israelitas. É a lei arbitrária do mais forte.
Na II Guerra Mundial, o judeu escritor Bruno Schulz foi morto a tiro numa rua do Gueto de Varsóvia, por um nazi que teve cíumes doutro nazi que protegia de algum modo o Bruno Schulz.
Vejo muitas semelhanças nos métodos nazis e nos métodos israelitas. Os israelitas deviam deixar de invocar o Holocausto e o anti-semitismo, porque estão a provocar um genocídio semelhante ao nazi.
Diz na Bíblia: Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti.
Os israelitas esqueceram-se disso. São os senhores do mundo. E os cristãos defendem os judeus mesmo sabendo que foram os judeus que entregaram Cristo para este ser enforcado pelos Romanos. É esta a cegueira dos Cristãos. Além disso, há muito palestiniano que é cristão e nós chamamos-lhe de terrorista na mesma.
Quanto ao Islão, a única coisa que se aproveita é a música, a poesia sufi e o haxixe. O resto é ditadura.
Não há nada como ser ateu.
Duas correcções ao que escrevi em cima: clarificar que o holocausto foi o genocídio dos judeus provocado pelos nazis; Cristo foi crucificado e não enforcado.
ResponderEliminarAcrescentar que do mundo islâmico também gosto do kebab.