domingo, 18 de maio de 2025

Poema a uma amiga que fugiu de mim, e tu admiras-te? Olha... pode ser que ela se lembre.

 Imaginei-te com a mãe natal

as duas comigo -- nós os três.

Numa cama seria a fractura.

A factura: a polaridade mental

                      em perigo.

Chama-lhe mentira:

Construí-te poemas, sonhei contigo.

Olha que a mãe natal compreendeu.


O que és na realidade?

Os pormenores que penso verdadeiros:

Uma leoa na cama,

Nem sequer uma loba agora?

Faço dois cigarros de enrolar

sentado numa paragem de autocarro

e ofereço-lhe um à grande deusa

-- aquela que nunca sairá 

do resíduo no meu coração de gelo

ao qual dou calor.


'Muito calor a luas da sua qualidade e

a esta linda muchacha maia...

let her decante in me o resíduo que d'Ela ainda resta...'


Sólida como um tango, fandango 

                                    whatever

é linda e eu...

que estou só para todo o sempre

o meu coração com um compartimento

para a nova que há-de-vir.


Está codificada a verdade

Todos estão ao corrente.

Que resta de ti em mim?

Já pouco preciso de ti.

Precisava de ti 

                    há uma semana atrás.


Claudio Mur


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