Fumo um sufi. Ouço Copacabala.
Vim de terras estranhas há duas horas.
Tinha fome. Em dois cafés diferentes tomei
dois cafés, um panike e um lanche aquecido.
Vim embora de terras que
hão-de ser sempre estranhas.
Já mudei de vida infindáveis vidas e
agora chego à conclusão:
é melhor ir trabalhar do que aturar pessoas
rabugentas. Hoje faz anos a república.
Há quem se case por obrigação,
outros por liberdade.
Há quem viva torturado por erros de liberdade.
Sei de quem falo.
Quem? Eu até sabia mas se não for eu já me esqueci.
Hoje chateei-me com ela.
Fui tentar confortá-la, dar-lhe ânimo mas...
esqueci-me de comprar almôndegas!?
Ela ficara em casa não tendo ido trabalhar
por causa da gripe.
Virou-se contra mim.
O pretexto foram as almôndegas.
Disse que não podia contar comigo.
Textualmente disse:
a merda é a mesma, ter ou não um namorado.
Disse que havia uma conspiração contra ela.
É mais um caso em que uma hospitalização
muda as pessoas à força e as torna
estúpidas e doentes mentais.
Comigo aconteceu o mesmo e agora
vejo nela semelhanças e não quero acreditar
na realidade:
ela engordou e parece um elefante,
além disso o seu volume de voz
provoca-me alucinações auditivas.
Ao ver-me na rua assobia para eu chegar perto
como se eu fosse um cão.
E o que é pior:
Ver e amar um elefante ou ser um cão?
Eu quero ser o teu cão? Vallis, ouve:
— Assim, não quero mais ser o teu cão!
Rai’s partam as ilusões.
Ter-me-ei tornado merda
que só merda atrai?
Terei eu nunca deixado de ser merda?
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