quinta-feira, 31 de julho de 2025
quarta-feira, 30 de julho de 2025
Fado Samba (1988): dedicado a um amigo que faz anos e é amigo dos livros das Edições Cassiber
Meia noite nas esquinas e
Um pacote no verão
Estavam as pinhas à pina
Encastradas no varão
tantan tantan — tantan
tintin tintin — tintin
tão tão tão tão — tau tau
barbeia-te com omnisciência
a mosca ajuda-te...
intensa mente
livre livro libra libris...
lânguida mente
Menti ras mentindo menti ras mentin do.
Mentirias a quem? quem? quem? quem — quem?
Quem? Eu? Tu? Tu — Tu Tu?
Amanhã vou cortar o cabelo.
Um clitóris dois pentelhos
Uma vinhaça um sabão
‘bora lá torrar o escaravelho
Encaderná-lo em cartão.
segunda-feira, 28 de julho de 2025
Hipocrisia das gentes nacionais
Vejo muita gente preocupada com os ciganos, os árabes, os hindustânicos e dizem que eles vêm para cá para causar problemas, mas depois vemos no Jornal de Domingo na SIC jovens turistas em Albufeira bêbados a partir à cadeirada pessoas em bares que só existem para os servir.
Vejo muita gente a dizer mal das brasileiras e africanas e depois são elas que cuidam dos nossos idosos e limpam as nossas casas a troco de salários de miséria e muitas vezes sem direitos laborais, e é se querem, dizem os patrões e patroas, porque senão podem voltar para a terra delas.
Vejo muita gente queixar-se da insegurança nos bairros e no centro das cidades e dizem que a culpa é dos imigrantes mas depois esquecem-se de como era o Porto nos anos 80 quando podias levar com um balde de urina na cabeça ou ser esfaqueado por um português ou esquecem-se dos bandos de jovens suburbanos que invadem e destroem desde autocarros ou lojas ou batem em sem-abrigos quando vêm divertir-se à noite no Porto.
Queixam-se que agora há ruas de Lisboa cheias de gente de pele escura, mas esquecem-se que a zona do Rossio sempre foi habitada por negros e que já no tempo do terramoto Lisboa era habitada por escravos de várias cores, mercadores de Itália e da Flandres, quem eram os Lisboetas? Os imigrantes que vinham das aldeias em busca de uma vida melhor porque os outros iam vandalizar as colónias e roubar-lhes o ouro e as mulheres.
quinta-feira, 24 de julho de 2025
domingo, 20 de julho de 2025
52
Keep friends with yr cousin cause shes gold and all you got from this living and all the rest are vultures
quarta-feira, 16 de julho de 2025
segunda-feira, 14 de julho de 2025
Anedota do almoço
Pai, estás a ouvir o jornalista?, o trampa está-se a preparar para pôr uma tarifa de 500%.
Ele está doente
Tens razão. mas quem sofre são os americanos e não ele, o holandès chamou-lhe paisinho, os árabes deram-lhe um avião de 400 milhões. Olha, uma notícia das redes sociiais que viralizou...
Não acredito, deve ser mentira.
Ouve primeiro: um bordel, eles na notícia dizem um cabaré lá no Brasil, mostrou um recibo que passou a um turista. Tanto para bebida, tanto para o preservativo, tanto para o serviço, por assim dizer, completo, eu nem vi os valores, só vi as parcelas somadas e depois por baixo, mais Tarifa Trump de 50%, e entre parêntises, por ser americano!
Eheheh isso não é verdade não pode ser.
Mas é!, eu vi a foto do recibo. Bora lá taxar os camones! eheheh
domingo, 13 de julho de 2025
Para cansar o leitor uma última vez... até à próxima eheheh
The end
É claro k a história continuou.
Mas preferi vivê-la.
Dei um não definitivo a todas as k s tornaram musas,
até a própria deusa recebeu uma quase indiferença,
à falta de melhor termo, quando jogou na malicia
pensando talvez o passado em cristal,
pensando quando apareceu sem dizer uma palavra
que eu me lembraria do seu rosto nesse instante
e logo no instante seguinte
virou costas sentindo-se esquecida.
Nem me deu tempo de a reconhecer.
Fiz as malas,
avisei toda a gente,
fretei os colegas do novo trabalho
e a carrinha para transportar alguns móveis
e mudei-me para a cama de vallis,
ela de minha mãe recebeu uma camisa de noite azul
sinal de k a tratava com flores de laranjeira.
Se deixei musas e deusa foi
pk deixei d acreditar em ilusões e
fui viver a realidade de um amor proletário.
Amámo-nos tanto
e desejámos morrer e matar o outro tantas vezes
‘casámos’ duas vezes como Richard e Elisabeth
fomos rei e rainha de latão
não, não foi a morte que nos separou
isso seria trágico
mas talvez
se eu digo Solteiro e saltarico para sempre.
até tu hoje possas cantar como eu:
Liberda de liberda de!
sábado, 12 de julho de 2025
Poema agressivo doente e ideológico e mal-educado
café corin num rima con
pequim denxiaopin polpotin marine le pin
lenin estalin trotskin idi amin pin
hitlerin reaganin bushin obamin orbin pin
merkelin barrosin cavaquin coelhin pin
nem con Trumpin Putin Montenegin Venturin pin
pin pam pão pum mata pum
café corin rima con
mayakovskyn akhmatovin kropotkin e bakunin
no café corin u futuru num foi onte
quarta-feira, 9 de julho de 2025
Sopra Vento Sopra
Ok... não sei como escrever isto.
e o leitor já desconfia das actualidades,
Ando há dias a pensar,
tenho-me lembrado de algumas frases-conclusão
mas tenho adiado,
tenho dito a mim próprio:
escrever um livro em forma de diário... praquê?
Ok, para ordenar as ideias ok mas...
já sei!, encontraste nos cadernos pequenos fragmentos
com sentimentos como:
‘era bom que o telefone tocasse’
mas...
ele hoje até toca, ou melhor tocava
e tu retiraste o volume ao toque de chamada
porque te era insuportável ouvir tocar
cons tan te mente
houve um dia que ela telefonou oito vezes
desde a uma às oito da manhã
por isso imagina o não poderes dormir
e então desliguei o som
porque não suportava
houve muita coisa que não suportei
mesmo que algum paraíso alguma magia tenha havido
mas durou um mês
terminou quando lhe disse que tinha dela pena
o dinheiro escasseou
a paixão terminou
ficou o peso da responsabilidade
de ter alguma culpa se algo lhe acontecesse
os anos seguintes foram desatinos
empréstimos a fundo perdido
choros ameaças
e pouco sexo
mas nem tudo foi mau e a verdade:
ela salvou-me
sem o saber fez-me ver que
vivi o meu passado como uma ilusão e que
tinha de perder a ilusão, tinha de me ‘desiludir’
para viver uma realidade de verdade
mas esta?!
A verdade fica: ela disse que eu não lutei o suficiente
outra verdade: ou vai ou racha, tenho de
dar um passo em frente
ir morar de facto com ela
terminar o bacharelato: chama-lhe dispensa sabática
chama-lhe perversão de teres meio cérebro
ocupado por uma mulher invisível
e na verdade esta mulher real
(Vallis) quase me faz acreditar
num casamento sem aliança ou papel
mas fizeste esta relação temporária
porque depois de qualquer grave sempre discussão
sobre qualquer coisa comezinha
(aquilo que os poetas do sistema chamam a vidinha)
eu não suporto os teus olhos furibundos de polícia
espumando-se de raiva
então saio de casa para comprar pão
a dizer que era temporário
ou que será necessário utilizar
um plano de cinco anos soviéticos
para te fazer um upgrade à consciência e ao teu
‘environment’ em inglês
e tu hoje só sabes dizer ‘lol’
outras vezes dizias que eu queria liberdade
e eu te dizia que o amor não tem de ser uma prisão
mas tu ficas com ciúmes
deixei de gostar de te levar a sair
quando fizeste um recital inquisitório num espaço público
pareciam as galinhas a dar bicadas no garnisé
e para piorar
até o meu pai sustenta que o mau é o
garnisé porque dá bicadas no galo
que é ele.
enfim...
sem muita paixão
reagindo bruscamente
desligando o ouvido quando ela acusava
encharcando-me de axn
aguentei reflecti: pareço um otário
o fim próximo mas mesmo nestes momentos pensava:
eu estou a abandonar todos os meus interesses
para me dedicar à causa de a ajudar
a ter mais estudos, mais cultura, mais trabalho,
mais comida, uma bifana, uma cerveja de vez em quando
e com todos os avisos em contrário
ou vai ou racha
vá lá faz as pazes faz amor
mas como pode haver amor?
até de cobarde me chamou, de velho
e passou-se quando eu disse:
deves pensar que és uma topmodel...
tudo correcto
ela nos momentos de fúria esquece
todo o bem que lhe fiz
e só se lembra do mal
e ataca-me
e pôe-me como culpado de todo o mal
que lhe fizeram na vida durante e antes de mim
até tive culpa de ter tido namoradas antes dela aparecer...
ufa que vai longo
vou-me anulando até ao limite
o superego chega finalmente no último domingo:
andor desampara-me a loja
estou farto de me obrigares a ser mau contigo
porque tu és uma burra que não quer perceber!
Passo a desligar o volume de toque de chamada
dezenas de chamadas por dia
mensagens de chantagem suicida
pensa que tenho outra
porque toda a gente pensa quando não sabe os pormenores
compro-lhe um aspirador
e o que recebo em troca são mais do mesmo
eu quase já sem pena o amor a ir-se
quem me dera poder tomar um café em paz e sossego...
andor!
mas ela finória recaptiva-me quando me diz
precisar de ajuda para um trabalho de pintura na escola
e eu escrevo-lhe um email catita
e nesta noite esqueço tudo
digo a mim mesmo:
vou morar com ela,
que se fodam as dívidas!
Vou a casa dela à noite, peço-lhe desculpa
aceita-me de volta
eu quero vir morar contigo de vez.
E ela diz-me que tem de pensar
e eu digo que compreendo
e sei no fundo que o ‘tem de pensar’
significa que falta faísca, falta paixão
mas no dia seguinte ela telefona
e pergunta se eu estou bem
dá uma de madre superiora e pergunta:
ficaste chateado comigo?
‘sopra vento sopra’
Eis como se passa de cabrão a cornudo:
ela que foi abandonada por um marido
que lhe levou as filhas e o sustento
abandona-me e faz o joguinho da
femme fatale do bairro e ainda assim
precisa de dinheiro!?
(para fazer uma pedicure a dedos com micose.)
Como leio numa tradução brasileira de Erving Goffman:
‘um psicótico é tolerado pela mulher,
até que esta encontre um namorado.’
Rachou
o nosso amor velho imolou-se menino no quintal
e ficou esquecido
mijaram até em cima das cinzas
mas todos os Verões no terreno e com rega suficiente
cresce um valente chuchuzeiro
cujo fruto eu aproveito para fazer sopa.
mas não te preocupes por isso
não morrerá ninguém
eu não tenho ciúmes
e digo-te adeus para sempre
ao dedicar-te o livro como se fosses uma musa
e dizer:
o meu coração é teu
‘até que a morte nos separe.’
https://www.youtube.com/watch?v=vh_-AVsgzAs
domingo, 6 de julho de 2025
Ela sabe como me agarrar
Hoje provoquei ciúmes em Vallis.
Expliquei-lhe o sentido do graffiti
disforme a lume de isqueiro
no tecto do anexo
e ela chorou.
Viu que eu tenho história e ela não é a primeira.
Chora por não querer aceitar.
Mas eu também não sou o primeiro na sua vida.
E aceito.
Talvez a tenha perdido.
O seu amor já não será o mesmo.
Que amor era esse? Apaixonara-se pela aparência.
Eu pareci-lhe um jovem rebelde com o riso fácil.
Talvez agora já não confie em mim.
Eu explico o que ela pensa: Sou fácil para todas.
Eu explico que quis mostrar-lhe quem sou e:
Quis também testar o amor dela
se era verdadeiro
e hoje sei que gostava de mim
mas agora chora de desespero,
porque não foi a única ontem,
mas é a única hoje e será amanhã
chora porque não tem mais ninguém
e eu sou como os outros, como ele:
tirou-lhe as filhas e foi viver com a futura mulher
e uma mãe
a quem tiram as filhas
e vê outra mulher fazer de mãe
não pode ser feliz
e agora pensa que
eu a vou trair
como ele fez
e agora
o seu amor por mim terá
um olhar desconfiado.
‘como lhe hei-de provar que’
também eu
gosto dela
e que errei
e que dela preciso?
Mas será que errei?
Mostrei-lhe quem era e mostrei-lhe quem fui
E mostrei-lhe muitas alternativas que ela não conhecia.
Não quis ter segredos
E será que preciso dela?
Quero construir uma comunidade de dois iguais
Dois iguais que se conheceram num hospital.
Há algo de católico aqui: uma família.
Há algo de russo aqui: planear um longo plano
e aguentar o martírio de seguir o plano
O nome do plano: ou Vai ou Racha
Verdade verdadinha:
fazer cedências para expiar
ciúmes, culpas e erros provocados pelo amor
nunca dará bom resultado.
Sucessão de choros e acusações
e de ‘não gostas de mim,
não me deixes ficar’
e de ‘quem manda aqui,
queres mandar em mim’
e também a facilidade com que
conseguiste arranjar dinheiro de um
homem...
escrevo-te um bilhete:
‘Olá, volto amanhã para
entregar as chaves
não me telefones mais
fui-me embora
tive que fazer a trouxa e zarpei como os ciganos
estou mal disposto e não vou
voltar
vai falar com vai falar com
arranjem uma solução
eu não quero ser controlado
em lado nenhum
se não gostas dos meus amigos
ou de eu ir tomar café
sozinho quando me apetecer,
paciência
não gosto que me cortem as asas
eu não sou chulo nem quero ser chulado’
sou Velho!
mas...
o meu amor, o meu desejo, a minha vontade
que cria necessidade e
o seu amor, o seu desejo, a sua vontade
que cria necessidade
reúne-nos outra vez um mês depois
às vezes, nas masmorras do meu anexo
outras vezes, no seu telhado.
E que belo telhado
com terraço e vista sobre a cidade.
Ela sabe como me agarrar.
quinta-feira, 3 de julho de 2025
Naquele tempo eram assim as bombas manuscritas, é o que dá quando o dinheiro acaba a meio do mês e não se tem outra maneira de afogar a psicose
Carta-bomba
ao papa da paróquia
Se até dia seis
não comprar um santo antoninho
com o menino
pela módica quantia de 40 eurinhos
nem que tenha de desobedecer
ao ratz
nem que tenha de subtrair
o vinho da eucaristia
nem que tenha de passar fome...
não se admire se
depois de o relógio enferrujar
o sino deixe de tocar.
E mais não digo por agora.
quarta-feira, 2 de julho de 2025
Gerónimo
Gerónimo
Gerónimo eu
Gerónimo eu vi
Gerónimo eu vi tua
Gerónimo eu vi a tua triste
Gerónimo eu vi tua triste postura
numa fotografia
Pareces tão triste
Pareces tão triste
Desejo que Gerónimo, meu mítico ancestral
Desejo que consigas restaurar a tua glória
Gerónimo eu vi-te
Gerónimo eu desejo-te meu giga-avô
Gerónimo estou agora fumando
tabaco do arizona
(é o que dizem)
Gerónimo eu amo-te meu tera-avô
Gerónimo obrigado
Obrigado Gerónimo pela tua existência
Os ianquis estão a colapsar
O teu espírito viverá para sempre
Eu sou mau porque me fizeram mal
e agora
vemos o sol aos quadradinhos.
‘aiaiaiaiai al puerto pobre’
Meu pai tem agora medo do filho,
eu tinha dito na bomba a quem quisesse ouvir:
vamos ser todos presos.
Quem ouviu teve medo,
afastou-se fiquei sozinho
e hoje,
quando me obrigam a tomar
mais de quinze comprimidos dia,
perco a ilusão de
‘oh queria tanto ser mau em vez de ser maluco...’
e resigno-me, sou apenas um doente
com a mania de que é mau
um doente que joga o teatro da maldade
para assim achar a justificação da sua doença:
o — sou doente porque sou mau
em vez de — sou mau porque sou doente.
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