quarta-feira, 2 de julho de 2025

Gerónimo

 Gerónimo

Gerónimo eu

Gerónimo eu vi

Gerónimo eu vi tua

Gerónimo eu vi a tua triste

Gerónimo eu vi tua triste postura

numa fotografia


Pareces tão triste

Pareces tão triste

Desejo que Gerónimo, meu mítico ancestral

Desejo que consigas restaurar a tua glória

Gerónimo eu vi-te

Gerónimo eu desejo-te meu giga-avô

Gerónimo estou agora fumando

                      tabaco do arizona

(é o que dizem)

Gerónimo eu amo-te meu tera-avô

Gerónimo obrigado

Obrigado Gerónimo pela tua existência

Os ianquis estão a colapsar

O teu espírito viverá para sempre


Eu sou mau porque me fizeram mal

e agora

vemos o sol aos quadradinhos.

‘aiaiaiaiai al puerto pobre’

Meu pai tem agora medo do filho,

eu tinha dito na bomba a quem quisesse ouvir:

vamos ser todos presos.

Quem ouviu teve medo,

afastou-se fiquei sozinho

e hoje,

quando me obrigam a tomar 

mais de quinze comprimidos dia,

perco a ilusão de

‘oh queria tanto ser mau em vez de ser maluco...’

e resigno-me, sou apenas um doente

com a mania de que é mau

um doente que joga o teatro da maldade

para assim achar a justificação da sua doença:

o — sou doente porque sou mau

em vez de — sou mau porque sou doente.


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