quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Postal da vida de um filho pródigo

-- Precisas que vá contigo, pai?
-- Não é necessário.
-- Atão vou aos correios mandar saúde para a rua da liberdade.
Na rua, vejo a minha mãe, digo:
-- Bom dia, mãe, é preciso ir ao Lidl?
-- Não é preciso, já tenho tudo para a sopa, obrigada.
Vou aos correios, tomo depois café e volto, a minha mãe está a cortar vegetais para a sopa.
-- Eu ajudo, o pai disse que não esperássemos por ele para almoçar.
-- Corta essa cenoura... agora, a corgete, a batata doce, o chuchu, a batata vermelha...
-- O coração é no fim, certo?, depois, quando for para passar a sopa com a varinha mágica chamas da varanda, está bem? O sal e o azeite?
-- Eu depois ponho.
-- Até já.


Ao almoço, já quase no final, o meu pai chega finalmente a casa.
-- Atão, pai, correu tudo bem?
-- Então, marido, correu tudo bem?
-- Tive alta!
-- Atão, logo vamos para os copos?

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