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Poética
Diz a verdade.
Diz, ao menos, a tua verdade.
E depois
deixa que aconteça qualquer coisa:
que te rasguem a página amada,
que te derrubem a porta à pedrada,
que as gentes
se amontoem diante do teu corpo
como se fosses
um prodígio ou um morto.
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Heberto Padilla [Cuba, 1935 - 2000]
em «O Universo está pintado à mão»
edição Língua Morta
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