terça-feira, 31 de julho de 2018

Tragédia e comédia

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Notas da ilha, 
onde se prova que a realidade é superior à melhor ficção, neste caso uma realidade trágico-cómica.

1. Giu, o nosso poeta, foi convidado para uma noite ir ao albergue jantar. Não que não tivesse esse direito mas porque o Presidente ia lá estar. Giu começou a pensar na honra que era poder cumprimentar o Presidente, e começou a perguntar aos amigos se deveria lhe entregar as suas obras auto-editadas. O objectivo de Giu era que o Presidente lhe editasse as obras e o fizesse Nobel. Eu e muitos outros lhe dissemos para não entregar as obras, aqueles seus exemplares eram os últimos exemplares, Giu agradeceu-me e disse que ia fazer de acordo com o nosso conselho. A tal noite chegou, as televisões estiveram lá, houve quem visse Giu a abraçar-se ao Presidente e a entregar-lhe os livros. Segundo Giu, o Presidente disse: «Você entrega-me estes e receberá muitos mais!» Giu ficou contente dois dias e andou a contar o evento a todos e eu ainda procurei na net se havia registo filmado e encontrei o Presidente a jantar com os sem-abrigo no albergue, a ir visitar o local de dormida de outro e entregar-lhe um cartão do cidadão, a distribuir refeições na rua, enfim, um trabalho de mérito e o primeiro Presidente que abraça a causa dos mais desprotegidos.
Mas eu desconfio do Presidente e depois de brincar um pouco ironicamente ccom o futuro camião de livros que viria numa manhã próxima estacionar à porta da ilha, disse a Giu: «Fizeste mal, ele é de direita e afilhado do antigo ditador com o mesmo nome, tu tens um verso, antes de 74, em que critícas o 'Deus Marcelo', e ele pode não gostar, não te pode prender porque temos já liberdade de opinião mas pode abafar-te, fazer-te esquecer, deixar os teus livros na estante junto a tantos outros que ele recebe e nunca deles nada fazer...»
O certo é que passaram três meses e Giu ainda não viu o camião de livros e já escreve versos no seu 'Diário do Quotidiano' a queixar-se do Presidente, rebaixando-se ao dizer que, naquela noite, quis-lhe dizer que o Presidente era o pai que ele nunca teve, mas não conseguiu, vieram~lhe as lágrimas aos olhos e chorou no seu peito. É triste.
Andamos todos a começar a mudar a opnião sobre o Presidente, muito blablablá nas televisões e nada de concreto.

2. Para aumentar a desgraça de Giu, foi-lhe proposto receber a prestação de inclusão, um novo apoio social dado por este governo. Giu assinou os papéis todo contente, iria receber mais algumas dezenas de euros e este mês já com retroactivos, mas o que aconteceu é que acabou a perder o subsídio de férias da sua reforma por invalidez este mês de Julho e a tal prestação ainda não chegou. A gente fez as contas e alguém também lhe disse que o corte seria permanente e igualmente no subsídio de Natal: «Dão por um lado e tiram pelo outro, cabrões!» O resultado foi que o Giu não pode pagar o fiado no café e noutros lados e andou a chorar pelos cantos, a resmungar, a dizer que já não iria ter forças para ver a sua obra editada em vida, coitado do Giu.
O caricato foi ouvir a Bidente contar que o senhor do café veio à ilha uma tarde perguntar pelo calote do Giu e encontrou o mastodonte Luis a pintar as unhas dos pés da Bidente em cor lilás: «Vês Mur, eu também sou pintor!», eu bati palmas e disse «Sim Luís, tu aplicas a técnica à melhor prática eheheh, a cor é fixe!» Ao olhar para o contraste entre o alabastro da pele e o lilás das unhas, imaginei-me Rembrandt mostrando aqueles pés numa bandeja ao imperador Nero.

3. Estava eu a fazer um charro na casa três quando olho pela cortina da porta e vejo um capacete branco e um uniforme. Demoro uns momentos a reconhecer que é uma polícia motociclista que fala ao telemóvel. Desmarco o charro e toda a gente repara que a polícia chama pelo Luís. «Então Luís, pensas que eu tenho tempo para estas merdas, vá lá... porque faltaste à injecção?, tenho ordens para te levar, da próxima vez vais algemado, prepara-te rápido que o carro-patrulha está a chegar!» «Mas senhora guarda, eu faltei porque estava a trabalhar no Parque da Cidade, sou técnico de som!». «Vá lá, veste umas calças quaisquer, anda que eu ainda tenho de ir a outro lado!», O Giu mete-se na conversa e diz «eu também tomo a injecção, sou poeta, olhe este livro que eu tenho à venda, deixe-me recitar um poema...», «Não», diz a polícia «faça um dedicado a mim, chamo-me Rosa.» e o Giu recitou-lhe o poema 'Vácuo' enquanto ela esperava pelo Luís folheando o livro e os agentes do carro-patrulha já perguntavam em que concerto trabalhara o Luís: «Foi primeiro Xutos e depois Toni.» «Bem, estás pronto? anda daí, isso é que é, nós somos um belo táxi!», «Ó senhora agente, vai-me levar o livro sem pagar, ó senhora agente!»
E eles lá foram ao hospital, o Giu fodido foi comprar a receita à mercearia e eu fiquei-me a rir com a Bidente e o Dário, e a tresvariar a canção dos Mão Morta, Giu como o Adolfo cantando: «a polícia roubou-me, roubou-me o livro, rai's partam a polícia!»
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Claudio Mur

segunda-feira, 23 de julho de 2018

-- O rei de espadas quere-me matar!

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Pouco antes das visitas chegarem, Peredonov passou revista à casa de jantar, à sala e aos quartos... Tudo se encontrava a seu gosto. Nada havia que pudesse provocar suspeitas. A maior parte dos livros estava escondida na chaminé; nas paredes viam-se quadros patrióticos e o retrato do czar. Diante das imagens ardiam lamparinas de azeite.
-- Muito bem; nem os mais desconfiados...
Depois, a sua atenção fixou-se nas cartas, postas sobre a mesa para a habitual partida. Então apanhou-as e pôs-se a examiná-las uma a uma. Os rostos das figuras contariaram-no; pareceu-lhe que o olhavam com maldade, que o escarneciam, como se estivessem no segredo de não sabia o quê. Um dos valetes sorria com a mesma insolência de Várvara.
Peredonov disse para si: «Já lhe ensinarei a meter-se onde não é chamado!»
E com uma tesoura perfurou-lhe os olhos. Depois fez o mesmo às demais figuras, ao mesmo tempo que pensava:
«Ao menos assim não poderão espiar!»
Entretanto, os convidados iam chegando. O espectro deslizava, veloz, por entre as suas pernas.
(...)
-- Quando os senhores quiserem, começaremos a partida -- disse Peredonov.
E o jogo começou imediatamente.
-- Que é isto? -- perguntou Gruchina ao reparar nas suas cartas. -- Tirarram os olhos ao meu rei!
-- E ao meu valete! -- exclamou a senhora Prepokovenskaya.
Todos os convidados celebraram com grandes risadas -- ao repararem nas suas damas, nos seus reis, nos seus valetes -- o que supunham ser uma brincadeira. Mas Peredonov permaneceu sisudo e severo.
-- Ardalion Borisovich -- comentou Várvara, sorrindo -- faz de vez em quando as suas travessuras.
-- Como te ocorreu cegar toda esta gente? -- perguntou Rutilov.
O professor respondeu:
-- As cartas não precisam de olhos. Não têm que ver...
O jogo prosseguiu.
(...)
Quando Várvara e Peredonov ficaram sós e se dispunham a deitar-se, ele imaginou que a amante o olhava de uma forma suspeita.
(...)
Seu sono foi muito agitado. Sonhou que os reis e os valetes o rodeavam, brandindo as suas espadas. Segredaram ao ouvido uns dos outros e começavam a deslizar debaixo da cama. A princípio, a sua acção não foi excessivamente atrevida; pouco a pouco, porém, tornaram-se mais insolentes, chegando a subir ao leito. Troçavam dele, piscavam-lhe os olhos, mostravam-lhe a língua.
Possuído de terror e de angústia, ele tentava afugentá-los, mascando salmos sagrados que sabia eficazes contra as forças diabólicas, agitando as mãos, ameaçando-os com gritos.
-- Que estás a falar? Porque gritas? -- perguntou Várvara encolerizada. -- Não me deixas dormir!
Ele gemeu:
-- O rei de espadas quere-me matar!
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, páginas 101-104

'A loucura de Peredonov'
Fedor Sologub
tradução de Artur Fernandes
Edição Editorial Inquérito, 1940

Heavy mental


sábado, 21 de julho de 2018

Comunidade

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Eu não escrevo mais porque não sei fazer ficção, não sei inventar uma história longa, não lhe sei dar pormenor, eu escrevo sempre a partir da minha realidade, ultimamente envolvo a comunidade, a ilha em Derza onde moro. Escrevi no passado a minha história com uma ou outra imaginação, nunca uma invenção, imaginei cenários a partir de uma ou outra música que talvez estivesse a ouvir no momento, apropriei-me de versos musicais e um ou outro pormenor alheio, concatenei-os, incorporei, distorci, adicionei o meu ser a tudo, dei-lhe um toque, escrevi três livros de contos, o terceiro concatena a realidade do dia-a-dia visto pelo meu prisma, com alguns textos escritos em estado de descompensação psíquica, com textos narrados para um microfone, com palavras de apelo ou ameaça rasurados em guardanapos ou guardados em cadernos ao longo dos anos, tornei-me um autor epistolar, escrevo cartas, comentários, tenho um livro de versos sem rima num blogue e dedicado à minha última companheira em que tentei escrever o que ela me fez sentir, o bom e o mau, o antes e o durante, tenho um quinto livro já encadernado e em fase de revisão pessoal e que antologia textos escritos em zines, com  epístolas em conto sobre os meus últimos dez anos, desde o último internamento, com os restos que sobraram da auto-censuura à psicose e que me levavam a escrevinhar cartas-bomba, eu tento hoje não esconder a minha realidade, apenas lhe dou um toque porque há verdades que não são fáceis de escrever nem de emcontrar as melhores palavras para definir a situação, as realidades não são muitas vezes bonitas, não se anda por aí a atingir epifanias bonitas todos os dias para que se possam escrever coisas bonitas e simples, a realidade é complicada e relativa, está cheio de perspectivas e cheio de pessoas que se julgam absolutas, às vezes, é preciso um espelho não para admirarmos o nosso poder mas sim para reparar na nossa fealdade.
E eu não escrevo mais porque compreendi que eu, enquanto louco, agia como um absolutista, um fascista, queria para mim todo o poder, não será exactamente assim mas imaginem um trampas a ameaçar os parceiros de negócios, a insultar, a urrar... eu era assim como o trampas, eu era um ressabiado sem causa, era um ressabiado, que se vitimizou, porque a mulher que me mudou a vida se recusa a comunicar comigo, ressabiado porque não tinha qualificações para um emprego, ressabiado porque dependia da proteção económica da família, ressabiado porque a família não gosta de nada do que eu faço e apenas me dá a assistência económica e se amor me têm é por eu ser filho deles e não filho-de-deus e se não fosse filho deles seria um filho-da-mãe, apenas porque eles são muito correctos e nunca os ouvi dizer um palavrão, eles são mais de dizer «sopeira, cigano, preto, monhé, terrorista» quando descrevem os migantes na tv ou os moradores do bairro mais próximo e eu, que sou branco como eles, fico envergonhado por ter de me dar com eles, ressabiado também porque não tinha mais amigos que me achassem uma boa companhia, não havia mais um sentimento de pertença. estava em fora-de-jogo.
Foi nesse estado de espírito ressabiado e permeável às influências boas e más que escrevi três livros para a gaveta, o quarto enterrei-o num blog e o quinto comecei-o a alinhavar já nestes últimos anos em que tenho um blog oficial. agora já não escrevo para a gaveta e as diferenças notam-se, os textos são mais directos e curtos, escritos num fôlego entre dois ou três cigarros enrolados com aroma eheheh, são textos em que eu tento dar um ar bonito à minha vida, tento contar algo de positivo, continuo a ser epistolar mas acontece que me auto-censuro, quando escrevia no escuro era mais livre, talvez mais honesto no momento de expressar a minha agonia em viver neste mundo.
Acontece que o mundo mudou desde que uma noite às cinco da manhã na rua a olhar para as estrelas senti medo de elas serem olhos acusadores e espias de mim, esses cogumelos que tomei mostraram-me quem eu na realidade era: camadas e camadas de referências e heróis, peles e mais peles, máscara em cima de máscara, nessa noite tive medo que não houvesse nada em mim, que eu fosse só o vazio que já me tinham dito várias vezes, que eu não tinha personalidade, que era nada. É só natural que  isso ajudasse a colapsar, mas talvez fosse necessário que eu colapsasse, encaro-o hoje como uma revolução necessária contra mim próprio..
Colapsei também porque eu, depois do medo, não me escondi mais e se andava a fingir e a fazer alguma ficção, comecei a revelar, a descascar tudo o que via em mim, até encontrar o resíduo, até conseguir Ser, não mais um «Sou forte como um touro», isso que escrevi quando agia como um estrumfe trampas, mas um ser que tenta viver o dia-a-dia o mais simplesmente possível, na companhia de ou tendo ao alcance de uma videochamada as pessoas que hoje conseguem gostar da minha companhia.
Se sou hoje ainda um ressabiado serei telvez um ressabiado arrependido, arrependido de não ter sido capaz de no passado agir da melhor maneira, decidi muitas vezes errado mas no final das contas o principal prejudicado fui eu, não falo só dos internamentos, falo também das pessoas que perdi, da perda de confiança da família em mim, tudo o que eu sei deles é o que apanho das conversas que mantêm durante o almoço dominical, nada me dizem directamente e sou apenas um 'conhecido' do face e se quero saber de alguma coisa tenho de perguntar, tenho de sentir empatia com o seu novo-riquismo, falo também do dinheiro que podia ter ganho se me tivesse de facto dedicado a um emprego onde me sentisse preparado. eu agia como um trampas sem saber que o era, no fundo eu era um nihilista que achava que obteria tudo facilmente sem esforço, compromisso ou luta. hoje talvez seja um nihilista a quem cairam as ilusões, se há anos escrevia que não me queria sentir um objecto sexual, e escrevia-o quando já não tinha ninguém, hoje sei perfeitamente que já não sou atraente ao olhar, tem de ser o meu interior a ser bonito.
Foi isso que aprendi a fazer: a tornar o meu interior bonito tentando ajudar o meu mais próximo com a narração da minha experiência, aprendendo a ser um amigo quando o amigo precisa de mim.
Lembro-me agora que, uma vez, o meu melhor amigo da altura e quando eu lhe perguntei o que ele queria da vida, ele me respondeu: acordar, foder a mulher, ir trabalhar, voltar a casa, foder a mulher, jantar, foder a mulher outra vez, dormir e repetir a dose no dia seguinte. Eu achei que sim, que era um bom projecto de vida, igualmente para mim. Mas foi um projecto que eu nunca concretizei: primeiro, nunca tive um emprego estável ou não tive simplesmente emprego; segundo, nunca tive uma casa que chamasse minha, sempre vivi em quartos alugados ou com os meus pais; depois, desde a universidade e quando voltei a casa dos meus pais nunca mais tive namoradas com quem tivesse pontos em comum e afinidades, simplesmente a infância não me deu amigas para as quais voltar, tive uma ou outra relação momentânea e geralmente catastrófica, eu não cansei de ser sexy, eu simplesmente deixei de o ser. Se estou igualmente arrependido de não ter casado? e de não ter construído uma família minha?, tive uma companheira com quem vivi e que, no fundo, me tirou essas ilusões, não, não estou arrependido, se tivesse casado e com alguma delas... o mais certo era estar hoje divorciado e com os filhos a detestarem-me do mesmo modo que eu, às vezes, não compreendo o meu pai, estaria com dívidas de empréstimo bancário para casa, carro, provavelmente continuaria sem emprego e desgraçado ainda mais do que, às vezes, me sinto hoje. 
E eu hoje sinto-me o melhor possível e não deixei muitos efeitos colaterais, pessoas há que me detestam e pessoas há que eu deixei de procurar, tenho no fundo que deixá-las ir, eu sou ou fui ressabiado porque no fundo se fiquei sozinho foi porque errei, é certo, mas também porque essas pessoas erraram igualmente e me desprezaram para sempre, talvez não fossem as pessoas mais correctas comigo, fazem parte de um passado e de um passado que eu não quero esquecer para não voltar a errar no mesmo local, o passado é o meu arquivo de memória onde eu procuro as raízes de um presente e penso no futuro, o passado é um livro, o presente é os vizinhos da ilha e as duas únicas amigas que são verdadeiramente minhas amigas, que me respeitam, que impulsionam e dão-me força para eu pintar, que me dão uma palavra bonita e um carinho, que não exigem aquilo que eu não tenho posses de dar, que gostam de estar comigo e falar comigo, as horas passam e a conversa é terna, os vizinhos igualmente aumentam esta comunidade, tenho igualmente um carinho pelas minhas primas que estão longe, é bom sentir uma pertença, quando vivia com os meus pais não sentia as minhas raízes lá, hoje a ansiedade é minima,  a partilha é máxima. é isso a comunidade, o meu pequeno mundo.
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Claudio Mur

quarta-feira, 18 de julho de 2018

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Retrato de família


'Retrato de família'
óleo sobre tela
100cm por 150cm
2006 - 2018
ZMB

A única família que tenho.
Hoje aumentada com os meus cunhados e dois
maravilhosos sobrinhos que são a nossa alegria

Adenda: com mais um rebento a caminho,

Este quadro foi feito a partir de uma foto
tirada em 2004 nas férias na aldeia junto ao Rio Paiva.
Em 2007 quando este quadro foi apresentado perguntaram-me porque
não tinha pintado as caras, e eu respondi que assim
o quadro se tornaria mais universal no sentido em que poderia retratar uma qualquer família.
Mas por detrás desta ideia conntinua ainda hoje a estar o facto de eu não ser
um retratista
e poder não conseguir pintar em condições os retratos da minha própria família.
Foi essa a razão na altura para não pintar as caras.

Mas este ano pensei:
«O que é um retrato pintado em condições?»
O que eu acho «em condições» variou muito ao longo de todos estes anos
e qualquer visualisador deste quadro pode ter a sua própria ideia
do que é pintar um retrato «em condições»
para não falar dos estilos e abordagens históricas no modo de pintar que são variados.

Então, resolvi este ano ao recuperar o quadro
dar uma leve impressão nos rostos,
tentando individualizar cada rosto tornando-o menos abstracto
e também menos fidedigno à realidade dos rostos da minha família.

Trata-se assim de um retrato de família
como se a minha famíla fosse um ícone anónimo
no qual o rosto é um qualquer sem deixar de ser:
Um pai, uma mãe, duas irmãs e eu junto ao rio sendo fotografados pelo cunhado.


(fotografia de époc)

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Venda de escravos na Líbia

Alguém com influência se importa? 
Alguém com poder se preocupa?


(recebido via facebook)

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Earth Inferno 1904


'Earth Inferno 1904'
óleo sobre tela
150cm por 100cm
2007 - 2018
ZMB

Palavras de Austin Osman Spare em 'Earth Inferno', um livro editado em 1904 :
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The perpetual youth of man arises,
Draws aside the curtain -- Faith ( a token of humanity's
LIMITED knowledge), and exposes the inferno of THE
NORMAL.
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Um trabaho inspirado e uma homenagem a
(fotografia de época)


domingo, 8 de julho de 2018

A canção de Salomão


'A canção de Salomão'
óleo sobre tela
150cm por 100cm
2006 - 2018
ZMB

A canção de Salomão é um clássico.
A minha interpretação é uma possível hipótese.

(fotografia de época)