As pazes foram feitas.
Entrei pela casa do poeta adentro, disse que queria fazer as pazes com o poeta,
o poeta não estava, foram chamá-lo, ele chegou,
sentiu-se contente por eu ter aparecido, ele não o faria porque se sentia oprimido, envergonhado
perguntou-me se eu tenho pintado e eu digo que estou sem inspiração
e ele diz «é minha culpa, eu sei, eu estava sem razão naquele momento»
depois eu falei, falei tanto que acabei por dizer:
«foda-se, tu tens idade para ser meu pai e sou eu que te estou a dar sermão,
eu que não gostava de ouvir sermão agora estou a dar sermão, vou-me calar,
Bidente, arranjas-me um copo d'água, obrigado, estou com a garganta seca de tanto falar,
já não falava há duas semanas»
Giuliani reconhece que se excedeu nas palavras no outro dia, aperta-me a mão, é a sua maneira de pedir desculpa,
decide dar combustível para um cachimbo da paz,
Dário dá a mortalha e o tabaco,
Luis cozinha três fatias de pão-de-forma com fiambre e queijo derretido com molho de francesinha
e a Bidente enrola a pedra.
Comemos como na aldeia de roda do mesmo prato,
cortando com uma só faca e garfo a sua parte do petisco
cortando com uma só faca e garfo a sua parte do petisco
eu ofereço o café de saco.
A comunidade continua de pé.
Afinal continuo a ter vizinhos e a ter amigos.
:)
ResponderEliminarAntecipara um episódio neste estilo, à laia de reconciliação, ainda que temendo arriscar-me, como tantas outras vezes, pelo fantasioso (tenho alguma dificuldade em distinguir, nas soluções que imagino para certos problemas, entre aquilo que é o mais e o menos racional...).
Cumpriu-se a realidade, a bem de todos.
Comunidade, Amizade e Vizinhança!
A realidade tem de forçosamente cumprir-se!
EliminarNós vivemos numa ilha, pensamos uns mais do que os outros que somos individualmente a ilha, mas a ilha somos nós todos.
Uma das coisas que se falou, foi de escrever a história do Giuliani, demos-lhe até título nas costas dele eheheh «Giuliani Paxá, o servidor de ganza e os vizinhos»
:)