sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Desabafo

O mais triste de tudo é não haver sequer comunicação.
Uns chamam esquizofrénicos aos outros enquanto continuam a repetir ao umbigo a ladaínha do «eu descendo de jesus»; outros censuram comentários que não lhe interessam e, em casos mais extremos, desactivam o blogue quando os comentários se tornam incómodos; na maior parte dos casos recorrem à indiferença, simplesmente não respondem a um pedido de comunicação, remetem-se ao silêncio, deixam-me a falar sozinho, porque não dizem, simplesmente, «não gosto, por causa disto e daquilo»?
É como se não valesse a pena trocar ideias comigo, como se eu fosse de condição tão baixa que não mereço uma palavra, como se estivesse a pagar por eventuais erros e palavras no passado, é como se só falassem com os amigos e mais ninguém lhes interessasse.

Talvez só os seus amigos comprem os seus livros e, se calhar, nem esses, porque muitos desses amigos os recebem de graça e por oferta em casa, quando o carteiro toca à campainha. Talvez por causa de terem tão poucos amigos pagantes, se edite poesia com uma tiragem de exemplares cada vez menor.
Depois queixam-se que a poesia morreu. Abortam qualquer tentativa de comunicar e explicar, consideram-se tão grandes, talvez, que acham que a culpa é de quem os lê e não compreende o texto ou não concorda com ele.
Eu só me queixo de não ter pares que me considerem com altura suficiente para com eles trocar ideias.

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