A primeira vez que ouvi 'O Fortuna' seria uma criança,
talvez ainda nem andasse na escola.
Foi a televisão, um anúncio de aftershave.
Via-se um surfista prateado cavalgando uma onda
e quando o refrão da canção soava sobrepunha-se ao homem
a imagem carregada de preto de um rosto feminino.
Essa imagem de mistério medo e aventura ficou para sempre gravada na minha mente.
E só quando comecei a ouvir música clássica via rádio Antena 2
é que descobri a obra completa, os Carmina Burana.
Hoje, um dos pequenos prazeres a que de vez em quando me dedico
é ouvir este mesmo disco em vinil em casa fumando relaxadamente
e sentir que as minhas palavras nunca são definitivas,
não se trata só de voltar a elas e corrigir erros
(ortográficos ou de pontuação),
falta-me às vezes a capacidade de pre-visão das consequências de quem lê,
eu próprio sou o primeiro leitor do que escrevo no dia anterior
e ao partilhar anónimamente um parágrafo
e ao talvez erroneamente interpretar comentários em que eu não sou destino,
volto ao texto e tento adicionar o ponto de vista de um outro leitor que não eu
ou de imaginar uma voz interior discordar da minha frase inicial.
Preso por ter cão preso por não ter:
a falta de palavras infinitas e belas revela uma falta de confiança
ou de um ponto de vista forte sem falhas mas
release the id conscience é uma tentativa de definir sentimentos interiores,
de dar forma em palavras, de tentar nomear aquilo que é barrado na mente
no momento em que intuímos que nos vão cortar as pernas
ou dar um tabefe a uma criança que belisca o cú à tia Sáli
ou sentirem-se zangadas connosco.
Convém dizer que a expressão das minhas palavras escritas é um processo terapêutico
e não de confissão. Eu aprendo quando me contrariam.
E convém dizer que a tia Sáli não é uma jovem adulta,
tem mais idade do que eu
e que o andar na universidade significa que ainda não perdeu totalmente a esperança
de ter fortuna na vida.
This was the dramatic rendition of Carl Orff's most famous piece of music, how he wanted it to look but seldom performed as such nowadays. It was finally filmed by West German TV in 1975 with the close co-operation of Orff in honour of his 80th birthday. The various stories of young lust and gluttony are playfully and skillfully brought to life. This version of Orff's masterpiece of the sacred and profane was hard to find in Germany. Not so strange, it was banned there for decades, most likely because of its almost literal interpretation of the texts Orff put music to. I first saw this when I was 12-13 years old at the Goethe Institute in Bergen, Norway, with my father, sister and mother. Someone had managed to get hold of an 8mm film roll with it and had a secret screening. This was in the 1980s and, believe it or not, there were strong forces opposed to what they considered blasphemous content in films. The mixture of Christian and pagan imagery is completely consistent with the lyrics, which were found in a monastery, and are a mixture of sacred and profane songs, but were obviously too tough to swallow. Copies of the film were destroyed, but luckily, art prevailed.
Cantata: Carmina Burana
"Canciones de Beuern" (Codex Buranus)
Música: Carl Orff
Texto: Manuscrito anónimo encontrado en el
monasterio bávaro de Benediktbeuern
Estreno: el 8 de junio de 1937 en la Alte Oper de
Fráncfort del Meno
In trutina
(Entre los dos)
Parte 3ª III "Cour d'amours" Número 21
Soprano...Lucia Popp
Director de Orquesta..........Kurt Eichhorn
Pelicula dirigida por...........Jean Pierre Ponnelle
Cantata: Carmina Burana
"Canciones de Beuern" (Codex Buranus)
Música: Carl Orff
Texto: Manuscrito anónimo encontrado en el
monasterio bávaro de Benediktbeuern
Estreno: el 8 de junio de 1937 en la Alte Oper de
Fráncfort del Meno
In trutina
(Entre los dos)
Parte 3ª III "Cour d'amours" Número 21
Soprano...Lucia Popp
Director de Orquesta..........Kurt Eichhorn
Pelicula dirigida por...........Jean Pierre Ponnelle
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