domingo, 9 de fevereiro de 2020

Porquê porque não? Pergunto-me porquê...


'
Acordo à uma da tarde.
Tenho uma aula às duas, penso agora em ir almoçar. Ao me levantar da cama, noto que a minha cabeça sente algum cansaço e nela existe uma enorme branquidão nos meus sentidos, é tudo o esforço e a consequência, é o reflexo fotográfico da noite de ontem passada no Armenia a beber Bocks, a fumar charros e jogar bilhar.
Quando me dirijo à casa de banho começo a pensar: como por sistema não tomo banho em dias pares, lavarei apenas os dentes, beberei um copo de leite, calçarei os sapatos, sairei de casa, subirei a longa avenida e virarei à direita até chegar à cantina.
Sou servido, procuro um lugar e sento-me. Não como quase nada. É o resultado de me ter posto a pensar no porquê de continuar com a minha maria, não consigo compreender o porquê de andar com ela, deve ser amor?, mas não me parece haver um motivo nem mesmo este (e é mesmo necessário haver uma razão?, seu nabo!). Pergunto-me se o acto de namorar procura a sua explicação de existir. De qualquer modo, não é tão grave como dizer: caralho... se não me deixas de foder a cabeça, vai já a maria para o caralho! Quero dizer: arruma os trapinhos e rua por favor.
Não. O porquê de pensar em tudo isto hoje, à hora de almoço, é simplesmente a discussão de ontem à noite, cuja razão pergunto se me salva. Essa razão, da qual ela não tem conhecimento, faz-me pensar em como reagiria ela se a descobrisse. Quem sabe um dia, alguém lhe conte, alguém que viu e depois, naturalmente ela trair-me-á e abandonar-me-á por um belo modelo
dez anos mais novo que ela...
Como descrever a nossa relação? Talvez o prefácio da vida tipo familiar, aquele género monótono para a minha idade. No entanto, às vezes, observo o lado emotivo e descubro na nossa relação essa união, esse princípio moral e fundamental da sociedade do colarinho branco. Descubro apenas uma diferença: estamos afastados da média etária por cinco, seis anos. Somos por isso casados sem o ser e na nossa frigideira existem alguns ingredientes atractivos, como já saber fazer arroz com ovos estrelados, fritar batatas e grelhar um bife. (Fala lá da razão mazé.)
Enfim, se me queres ouvir eu explico: na sociedade moral o homem controla a mulher ponto Ou melhor, este valor explica-se, este facto é observado naturalmente: ela chega a casa, faz o jantar
para a família ou dá instruções para alguém, a criada fazer. É este o seu papel. (Pareces viver desligado da realidade, meu nabo) Ao homem, por outro lado, exige-se o dever de tomar decisões como, por exemplo, dizer onde ir tomar café, despertar o seu amor, dizê-lo, produzir provas, demonstrá-lo por actos. É necessário explicar constantemente que se gosta da maria. Pergunto-me por isso se não será, então, o homem que é controlado pela mulher. Pergunto-me pelos valores intrínsecos de masculinidade e feminilidade. (Ei! Não percebes?! Ouve zé ninguém, compra o merdoso novo livro que está na berra, lá explica.)
Perante tantos olhares para o fundo da cantina onde a paisagem verde água é emoldurada pelas janelas e recortada pelas pessoas que comem, levantam-se para ir buscar água e retornam, conversam, levantam-se para arrumar o tabuleiro e lavar as mãos, descubro que me esqueci das horas e que ainda preciso de ir tomar café. Estou muito atrasado para as aulas. Uma aula chata já a seguir, perco-me na voz monocórdica do professor, o meu pensamento divaga, em vez de tirar notas daquilo que o professor diz, começo a escrever:
Tenho total controlo sobre ti. Partilho muito pouco contigo. Digo-te quando nos podemos encontrar porque tenho de dedicar a maior parte do tempo a estudar. Eu digo-te quando podemos sair para jantar e, igualmente, faço por ignorar certas datas consideradas especiais como dias de aniversário, dias que a sociedade moral diz terem de ser passados em conjunto e harmonia. As cedências que te faço são abortos não pensados e não desejados. Quando há uma festa entre amigos e colegas de apartamento sempre com muita cerveja e música à mistura; quando há uma ida à discoteca para dançar a nova música da qual tu gostas e eu... Maria, eu tenho de gostar também, tenho de fazer um esforço por me mostrar feliz e tenho de demonstrar perante toda a gente o meu amor por ti, que pesadelo!, às vezes, me parece. Às vezes, saio de cafés a cantar coisas dos Van Der Graaf como estes dias eu quase só falo com plantas e cães. Às vezes, dás-me de prenda grandes cartões que se assemelham aos que a minha mãe e irmãs me dão, grandes cartões com fotografias e desejos de felicidade, alguns ursinhos azuis e bebés à mistura. É engraçado, é talvez estúpido, eu actuar perante ti como se não percebesse o teu desejo de termos um filho. Mas eu não quero ter filhos, não queres um filho do diabo pois não? E mesmo que eu me reconvertesse nunca teria condições para cuidar e alimentar, vestir, calçar, dar instrução a um filho. Também acontece que se vêem as nossas diferenças quando, outras vezes, eu te gravo cassetes com música que adoro e que gostaria de partilhar contigo e tu desgravas mais tarde essa mesma cassete para pôr música tipo Quinta do Bill. Uma vez, ofereceste-me uma camisa com riscas verdes verticais. Outra vez, troquei contigo uma t-shirt dos U2, comprada num concerto que fui ver apenas para descobrir que não era para mim, troquei-a por uma t-shirt tua, pequena e púrpura tipo feira da ladra. Foi um acto de amor, passei a usá-la sempre, passou a ser o meu fetiche. Tenho ainda uma camisola cinzenta que igualmente mal me serve, que me foi dada pela minha mãe e que pertencera ao meu avô. É outro fetiche, uso-a como uma homenagem ao meu avô que só se casou aos quarenta com a minha avó de dezanove. É um dos meus heróis. Identifico-me com ele. Como estou na minha fase irreverente, uso o cabelo comprido não só mas também porque sei que hei-de ficar careca no futuro, está-me nos genes, fumo charros, bebo cerveja, os meus dentes estão a cair porque sou decadente, tenho-te como namorada, estudo e vou as aulas, sou uma pessoa normal e ainda assim... sinto um desejo enorme de usar aquela t-shirt desmazelada e púrpura quando estou contigo no café. Do mesmo modo quando vamos jogar bilhar, gosto de usar uma camisa preta com signos cosidos em branco em geometrias que imagino pertencerem a uma das civilizações ameríndias que a minha cultura me não permite identificar. Oh filho, se calhar é apenas uma reflexão artística do designer.
Então, qual é a razão?, perguntam vocês.
Antes das conclusões finais, devo dizer que estético foi o acto que cometi uma noite quando jogava sueca no Armenia... e pergunto-me se isso não foi um rastilho para uma elipse baseada num simulacro de uma discussão, é bom querer oscilar, ser funâmbulo. Eu, ela, ela e um colega. Tinha andado a colher rosas vermelhas com Maria. A outra ela, chamar-lhe-ei de Joana.
Ela usava um fino vestido preto até ao meio das pernas suaves disfarçadas pelas meias pretas. Tinha o cabelo preto, comprido e liso. Uma cara angular. Olhos pintados com rímel preto. Usava um casaco de lã preta e era linda. No meio de uma jogada como algo que fosse normal fazer, nós, os quatro, jogando cartas no Armenia, ofereci-lhe uma rosa enquanto olhava para a minha maria dando-lhe o sinal para a jogada seguinte.
Nunca me perguntei o porquê nem dei muita importância a este acto mas um dia após as férias, vejo-a outra vez sentada no March Push a beber com os amigos. Continua a ser a mesma linda mulher a quem oferecera uma rosa. Cumprimentamo-nos ao de longe, compro as latas de cerveja e vou ter com a minha maria para falarmos e beijarmo-nos numa inocência perdida mas só para mim. Um dia, ela tinha ido de fim-de-semana, eu regressara mais cedo. Vejo-a no Armenia. Está sozinha.
Falamos das vindimas. De súbito e, no meio da pista, ela diz que me quer. Olho para ela. Continuas linda e eu, no meio de todas as pessoas que ouvem a banda de ocasião, pergunto porquê. Ela diz que não se esquecera da rosa por mim oferecida e que se perguntara do porquê de tal ter sucedido. Ao me ter visto e por influência desse acto sentira-se atraída e desejara-me.
Lindo! É engraçado reparar que, devido as transformadas de Fourier, transladei Maria do tempo para a frequência, convertendo-se Joana em ela oficiosa. Deixei para trás o tempo em que passava tardes a estudar álgebra ao som de Sonic Death para depois ir buscar a Maria para irmos ver a peça A morte de um caixeiro viajante e os mnemónicos vinte mil dólares. Deixei para trás o tempo em que lhe oferecia desenhos lembrando a ilha dos amores. Que qualidade ou tipo de amor me poderia fazer andar com uma virgem à procura do melhor momento, será o desejo de possuir uma virgem, ter a inocência? Deveria eu quebrar a ligação oficial por justa causa de acordo com os desejos do meu coração?
Constrói-se uma felicidade ao longo de mais de um mês em espaços cuidadosamente escondidos, tempos planeados, caminhamos pelas mesmas ruas desfasados de cem metros para que ninguém descubra o estilo policial e nunca entremos ao mesmo tempo em casa.
Vamos à cidade de Staa caminhar em ruas sempre a subir, imaginando um paraíso, ouvindo Fausto, dançando abraçados no clube Iz sem complexos, sem medos de poder haver espias para contar, voltando no comboio a suspirar por entre o sono e o renascer da manhã a paisagem que se vê do comboio.
Há um dia em que a Maria não regressa de um fim-de-semana e nós, de acordo com o plano, ficamos escondidos no meu T0 fazendo amor e falando alto por causa da música que estava ainda mais alta, dançando em cima da cama até tocar a campainha e partir o estrado pensando que era ela que eu não sabia se chega hoje ou amanhã, pois não tinha dado a certeza mas dissera que assim que chegasse passaria por minha casa e agora como vai ser? Rimos e concordamos que ela se deverá esconder no guarda-fatos que é tão pequeno que tenho de lhe dar um livro para ela ler no escuro enquanto empurro com força a porta para podermos ocultar esta brincadeira de crianças apaixonadas em pleno Outono. Então, no meio da música visto-me e cheguo à porta com um certo ar louco de felicidade, um grande sorriso nos lábios, a musica é do Fausto, e quando abro a porta aparece um colega do meu colega do meu colega do apartamento que pergunta se o colega do colega do colega do colega do apartamento estava no apartamento. Quando fecho a porta, vou buscá-la ao armário e contar-lhe o sucedido e explicar-lhe num estado tresloucado que não, afinal, não era ela mas o colega do apartamento, etc, e que podemos ficar um pouco mais.
Adoro-te.
Terminado este flash a aula acaba, saio da sala e vou tomar um novo café e depois vou à aula das três. Tento estar atento e tirar notas. Venho para casa ao fim da tarde a pensar: depois chega o dia de optar pelo fim da duplicidade, tem de ser, e, para poder equilibrar a balança, eu devo julgar de um lado: alguém menina que me ensina a cozinhar, estilo: és minha namorada viste?, mostro-te as pessoas porque estou certo de gostar de ti; do outro lado alguém que me deseja num momento espontâneo, alguém experiente com a pose cool de quem não procura mas está sedenta e que mo diz e, mais do que isso, age, quer-me neste momento, e não disfarça, não há jogos nem tem medo.
Ainda me pergunto porque escolhi mal. Talvez para honrar o amor que me dera, a virgindade terminar e com ela essa pureza abalar, a serpente cumprir a sua missão, ou seja, preferir a segurança e a certeza da plena posse do amor de Maria. Porque ando eu ainda com ela?
Uma vez, não estava bem-disposto e resolvo ir ler A Peste de Camus para o terraço sentando-me no muro, olhando para a avenida três andares abaixo, perguntando-me no porquê de não me atirar abaixo. Qual o preço a pagar para não cair. Como não encontro solução possível, continuo a ler, enrolo um cigarro, telefono a dizer-lhe por outras palavras que vou ignorar uma certa data, digo-lhe que tenho de ir de fim-de-semana.
Quando o comboio parte de Derza, continuo a pensar: eu vivo numa mentira, vivo no aborrecimento de conseguir controlar os meus sentimentos num ambiente confortável e estável, tão cedo!?! e quando chego a Tirza saio com a ideia de que, se calhar, o amor é mesmo aquilo que dizem, é aquilo que nos faz descontrolar e sorrir no fim, nos leva a essa loucura alegre, essa felicidade que eu tivera nos braços e que, se calhar, confundi com paixão pois era só uma nota de música, para haver amor é preciso optar bem pela construção da escala, ou seja, é preciso Tempo, um plano quinquenal! E numa mentira o tempo é um desperdício de tempo, nunca se consegue endireitar o que já nasceu torto. É o feitio, só pode ser o feitio de alguém que acredita na pessoa de sonho e de algum diabo, se calhar a moral cristã de alguém acreditando no diabo, que lhe diz: devemos ter sempre o controlo das nossas emoções, devemos ter sempre o melhor para nós, a vida não é um mar de rosas e tal!
Mesmo pensando à distância não consigo ser frio como o queria ser, nos meus olhos existe apenas o calor confundindo-se com as lágrimas, talvez por isso tenha grandes olheiras... não será só da falta de sono e do excesso de estudo. Só pode ser a moral, a moral egoísta pode dizer-nos para escolher o peso errado, o fardo de um certo conforto familiar.
Por isso, acho que não deve passar de hoje o dia de terminar. Não deveremos passar esta data juntos. Não gosto de festejar datas de aniversário, nunca gostei, não vou passá-la contigo porque não sinto vontade de o fazer e também porque quero ver quais são os teus pontos limites, isto porque ando a ler livros onde descobri certas noções acerca da continuidade da decadência após o cometimento de um primeiro acto decadente. Considero o acto de trair como um primeiro acto decadente, e considero se deverei continuar vivendo contigo talvez por conforto?, e ainda sentir desejo com tudo isto, não!, não pode ser mais.
São estas as noções que me traem. Excesso de informação agora entupida nos túneis de memórias vividas, imaginadas, lidas. Então, dizemos a separação chorando nos braços um do outro, ela perguntando porquê, porquê se gostas de mim e eu de ti?, e eu sentindo todo o mal que me cria remorso, um abcesso nervoso, não lhe posso dizer, talvez não me aceite mais, não o posso dizer a ninguém, vai morrer espetado no coração e então...?! mas não é disso que falamos, de quebrar agora? Estou somente a tentar dissimular um facto ou a simular um facto?
Não nos vemos durante quatro dias.
Na Segunda-feira vou à biblioteca, ando interessado em descobrir Jean Cocteau e um livro chamado A voz humana. Começo a ler o monólogo de uma mulher falando ao telefone, tentando fazer com que o amante volte para ela. A certa altura, Maria aparece de olhos vermelhos tentando falar comigo. Senta-se a meu lado e começamos a falar. Olho para ela. Vejo o amor que me tem e pergunto-me outra vez no porquê de ela gostar de mim, eu pergunto-me se ela alguma vez terá desconfiado da minha traição e pergunto-me se tenho culpa? Vamos tomar café. Eu com culpa nos olhos, só não choro por convenção, no entanto tenho os olhos vermelhos e ela interpreta essa vermelhidão, sei lá!?, como um sinal de arrependimento talvez ou se calhar o amor é cego e ela quer-me como uma cega.
Peço-te desculpa. Beijo-te com verdade hoje. Voltamos para casa juntos, contentes, felizes, é sempre assim, tem acontecido frequentemente, rompemos e voltamos. Quando rompemos existe um horrível choro e desespero. Quando voltamos existe um lindo choro e uma felicidade extrema. No intervalo, tenho tempo de reciclar as recordações gravando cassetes de jazz a essa Joana que tive, faz anos em Junho, e a quem escrevo um poema dizendo por entre relógios, tempos e datas: já não é possível oferecer-te outra rosa.
Houve uma vez que, ao nos aprontarmos para sair, a Joana decidiu começar a fazer a cama. Os lençóis eram azuis e eu sabia que lá estava uma mancha vermelha. Sim!, Maria perdeu a virgindade antes do dia marcado e Joana reparou nessa mancha vermelha mas não fez caso aparente. Tomou sim uma pose mais digna como se fosse uma criada, ou mesmo uma mãe,
executando com humildade e orgulho o direito de fazer a cama que ela transformava em
dever e um sorriso quase nos lábios.
Porque fiquei eu a admirar este quadro vivo, quando talvez não o merecesse?
Porque não cheguei eu à beira dela e não a abracei com força?
Porque não lhe disse: Oh mulher! Beija-me. Eu adoro-te e eu sei que tu me adoras...
Porque lhe devolvi os brincos? Eram tão bonitos, pareciam de prata.
Talvez fosse mesmo a moral que me fez perder a dama de negro, e ela afinal até lutara por mim, quando no Armenia me fez o convite e eu acedi, éramos para ir para o meu alojamento, mas ela queria ir para o seu na Vitória. Começara a chover e abrigámo-nos a meio caminho por detrás de umas árvores nas traseiras de uma casa. Falámos, beijamo-nos, eu desci as minhas mãos e quis, ela não se opôs, mas eu não consegui. Seguimos para sua casa. Fiquei atordoado e já grogue pensei: então uma mulher bonita não me dá tesão? A dama de negro ei... será da cerveja, será por gostar da Maria? E então, Joana diz: olha, a minha casa é ali, eu vou à frente, e deixo a porta encostada. Daqui a cinco minutos, entra e fecha a porta contigo. Ok, ela deseja-me, o meu falhanço há pouco não a perturbou porque talvez prefira o conforto de sua casa... e eu acabo por falhar ainda durante umas horas, ela prepara-me um banho para eu relaxar, deita-se lá dentro do comigo, comemos, fumamos e voltamos para ouvir Chet Baker, ela tem um cedê. E finalmente consigo... la bela dona, la dama de negro, la Joana dá-me carinho e confiança e eu apercebo-me que as mulheres não são todas iguais e que algumas sabem atrair o homem que desejam e quando desejam, sabem falar-lhe com palavras ternas quando ele mais precisa de confiança, a Joana não precisou de se borrar sexualmente para que eu finalmente me conseguisse pôr de pé e também não desistiu de mim insultando-me e tal, ela simplesmente falou de si, falou de Ricardo Reis e de outros poetas, não perguntou nada, foi falando e tocando, e deixou que eu ouvisse a sua voz e lhe tocasse e a ouvisse e eu esquecesse a maria tão longe que, mesmo sendo minha, ainda tinha medo, e depois navegámos pelo rio acima ao som do Fausto. Fim.
E o que aconteceu à rosa que nunca lhe enviei? Após lhe dizer que rescindia com ela, vi Joana poucas vezes mais durante o ano seguinte até que ela se mudou de cidade. Hoje sinto pena de não a voltar a conhecer e de não lhe oferecer um novo buquê de rosas. Hoje sinto pena. Hoje que me respeitam mas não me querem. Mas também há que pensar em Maria. Não a podia desonrar.
Então qual é a razão da zanga com Maria ontem?, qual o porquê da discussão? Porquê? Porque se lhe dissesse que há outras mulheres mais bonitas que ela... e, como é óbvio, não lho disse porque Joana também não me quer mais, no entanto deveria ter perguntado... e hoje, neste momento, pergunto porque sinto paz quando a beijo neste ecrã, continuará o conforto a ser causa do meu amor, será o medo de procurar um novo amor, descobri-lo outra vez após já o ter perdido, eventualmente nunca o encontrar e ficar sozinho?
Fica a questão para o leitor indrominar.
'

Claudio Mur

Sem comentários:

Enviar um comentário