sexta-feira, 2 de abril de 2021

O aprendiz de pintor revela-se um gípsio das má temáticas

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Time is sanctified, painting is sacred, photography is the process.
A construção do templo de Osiris / Amon pelo mago Toth / Hermes permite a sacralização do espaço Isis e a santificação do tempo Horus.
O processo de gravação de um momento, das diferentes imagens intermédias, permite a criação da imagem final, única, no espaço da tela -- mulher sagrada que é a nossa filha.
É o 1 vindo do 9, fazendo 19, vindo da absoluta perfeição divina, o ovo criado no útero da mulher.
O tempo é santificado porque a eternidade é atingida no instante da última pincelada, morte criadora da obra, o filho divino da tela unida ao mago.
É o 1 somado ao 9, fazendo 10, tornando-se 1, o templo casa do deus, a mão do mago, o espaço do templo, proporção dourada, a tela, a obra, o eterno, a beleza, 6 ou G, a beleza da união e o único, a única vez em que foi imaginado o desejo de procriação futura.
Para que haja ordem e organização, para que haja o 7, deve haver uma ponte caindo em espiral da imanência de um deus sobre a filha divina criada.

A matemática é a mais abstracta e a maior das ciências. A pintura é psicologia, psicoterapia e poderá ser sociologia se versar temas fora da realidade interior do pintor.
A teoria de relatividade de Einstein, explicada pela matemática nao-euclidiana de Riemann, diz-nos que a observação de um facto ou experiência depende do objecto, do observador e do meio, sendo, por isso, uma observação relativa. Absoluto é, no entanto, o modelo matemático construído para definir a relação entre observações realizadas por diferentes observadores.
Se combinarmos a teoria da relatividade com a psicologia da percepção, poderemos dizer que se eu tiver uma ideia «definida» e se comentar essa ideia com alguém que eu «conheça bem», poderei adivinhar ou intuir qual será a sua reacção ou opinião.
Se tudo pode ou poderá vir a ser descrito a partir de um qualquer modelo matemático existente ou a ser construído no futuro, para compreender a pintura ou a arte em geral, dever-se-á ter um completo e profundo conhecimento sobre, pelo menos, o modelo matemático ou mapa de realidade que rege o biocomputador do indivíduo que cria ou criou «naquele» determinado momento, ou seja, ter o conhecimento do nosso cérebro, incluindo principalmente o lóbulo direito que, na maior parte do tempo, está inactivo mas que gere, entre outras coisas, a emoção, a analogia, a imagem.
Ou seja, «conhecer bem» uma pessoa significa conhecer totalmente aquilo que nenhum neurocirurgião / cientista / matemático (todos ligados ao cérebro esquerdo lógico, linear, racional) conhece, a parte não-linear do nosso mundo terrestre.
Além disso, seria necessário que a ideia ou imagem proposta fosse absoluta, o que significaria o suicídio ou do indivíduo ou da obra que criou; se uma ideia não fosse ambígua ou misteriosa, não seria uma ideia, não seria algo que prendesse a atenção do nosso pensamento.
O facto de muita boa gente escrever ou ter escrito sobre pintura e arte em geral, incluindo psicólogos, sociólogos, etc, leva-nos a pensar que a arte tal como a matemática é abstracta ou, pelo menos, apenas um mapa de uma das realidades possíveis.
Dizem que, no futuro, a ciencia caminhará ao lado da arte. A ciência tem começado, igualmente, a explicar a religião. No futuro, isto significará o fim da arte a não ser que surja um novo génio. Quanto à religião, temos as nossas dúvidas sobre o seu fim pois haverão sempre novos messias.
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Claudio Mur

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