quinta-feira, 27 de abril de 2023
terça-feira, 25 de abril de 2023
Pensamentos de Ru em dia de 25 de Abril
quinta-feira, 20 de abril de 2023
Bandas Insanas
Bandas insanas», óleo sobre papel A2, ZMB 2023Este trabalho foi feito
Refractários ao trabalho, uni-vos!
Diz o povo com virtude:
-- Se trabalhar dá saúde
que trabalhem os camelos
e os ursos
e aqueles que não sabem fazer mais nada.
quarta-feira, 19 de abril de 2023
Swans - She Lives
terça-feira, 18 de abril de 2023
domingo, 16 de abril de 2023
sexta-feira, 14 de abril de 2023
quarta-feira, 12 de abril de 2023
Metáfora sobre o chatGpt
domingo, 9 de abril de 2023
A única fuga que resulta é viver sendo invisível
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Um poeta inclina-se sobre os seus poemas: vinte foi quantos escreveu. Vira as páginas, uma após outra, e dá-se conta de que cada poema lhe desperta um sentimento muito particular. Debate-se com grande dificuldade, procurando descobrir que coisa é essa que paira sobre ou à volta dos seus poemas. Pressiona, mas não surge nada; empurra, mas não sai nada; puxa, mas tudo fica igual, ou seja, obscuro. Afunda-se no livro aberto com os braços cruzados e começa a chorar. Já eu, em contrapartida, o malandro do autor, debruço-me sobre a sua obra e reconheço com incomensurável facilidade o enigma da sua tarefa. São simplesmente vinte poemas, um dos quais é simples, outro é pomposo, outro mágico, outro entediante, outro comovente, outro piedoso, outro pueril, um bastante mau, outro animalesco, outro tímido, outro ilícito, outro incompreensível, outro repugnante, outro encantador, outro comedido, outro fabuloso, outro genuíno, outro inútil, outro pobre, outro inexprimível e um outro que já não pode ser mais nada, pois só há vinte poemas distintos que, através dos meus lábios, encontraram, se não um juízo justo, pelo menos célere, o que, pelo menos para mim, supõe sempre algum tipo de esforço. Uma coisa é certa: o poeta que os escreveu continua a chorar, inclinado sobre o livro; o sol brilha sobre ele e a minha gargalhada é o vento que sopra tempestuosa e friamente sobre os seus cabelos.
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Robert Walser, página 51 - 52 em
«Cinza, Agulha, Lápis e Fosforozitos»
selecção, tradução e prefácio de Ricardo Gil Soeiro
edição Assírio & Alvim, colecção Gato Maltês
sexta-feira, 7 de abril de 2023
Em 2012 quando o Coelho e a Troika estavam no poder
quarta-feira, 5 de abril de 2023
«Decisões» de Claudio Mur, escrito em 93 ou 94 quando começou a minha resistência às aulas de engenharia e ao futuro que elas me poderiam dar
Decisões
I. Oesmuccmia
O que me pedem
que me denuncie
que renuncie à minha liberdade
que renuncie à minha vontade
Formas, autómatos, máquinas
Máquinas controladas por máquinas, autómatos que
Um dia virão a ser controladores de homens
Um dia virá que serão implantadas máquinas no
Cérebro — a unidade central de processamento —
Será uma raça sem filosofia nem alegria
Univocamente direccionada para…
Interactividade para quê? Segas para quê?
Ah! A laranja mecânica volta a atacar.
II. 543
Mas para que serve isto?
isto é uma merda
não percebo nada disto
Não vou, não quero
Não estou a entrar no jogo deles
Tudo nasce no líder…
… da empresa…
Estou farto
fora
sem interesse destruído extenuado ludibriado
Estou farto
Nada se aprende
A competição aperta a qualidade faz a diferença
é a selva da sobre vivência
A formação é indispensável
Convoluções transformadas em série em séries
oh mas que raio
Já não sei o que hei-de escolher
Talvez
ponha uma pedra definitivamente
digite aquela sequência
… concordas?
Vou pôr qualquer coisa… mudar o estilo
haverá melhor incentivo?
Calibra-te certifica-te obtém marcas
Navega num crescendo de emoção
o futuro
energia talvez maquiavelicamente perigosa
A rondar o abismo o limite
O fim como meio os fins justificam os meios
ou escolha!
O meio para o fim os meios justificam os fins
Visionarismo voyeurismo ou talvez não
Violinos alegria kaô ou máquinas de calcular tristeza
Qual a escolha?
Quem sairá prejudicado?
III. Aquaismja
Anseio por te ver
tenho saudades quero tocar-te
Quero sentir o teu prazer
As responsabilidades os compromissos os afazeres
não o permitem
Aspirar o perfume com que me inebrias o cérebro e inflamas o coração
Isso é melhor que...
Sinto-me totalmente absorto em ti e já nada faz sentido
Minimalmente minimal
já não digo coisa com coisa
aliás se calhar nunca disse
porque
tudo o que parece deixou de o ser.
Claudio Mur