Decisões
I. Oesmuccmia
O que me pedem
que me denuncie
que renuncie à minha liberdade
que renuncie à minha vontade
Formas, autómatos, máquinas
Máquinas controladas por máquinas, autómatos que
Um dia virão a ser controladores de homens
Um dia virá que serão implantadas máquinas no
Cérebro — a unidade central de processamento —
Será uma raça sem filosofia nem alegria
Univocamente direccionada para…
Interactividade para quê? Segas para quê?
Ah! A laranja mecânica volta a atacar.
II. 543
Mas para que serve isto?
isto é uma merda
não percebo nada disto
Não vou, não quero
Não estou a entrar no jogo deles
Tudo nasce no líder…
… da empresa…
Estou farto
fora
sem interesse destruído extenuado ludibriado
Estou farto
Nada se aprende
A competição aperta a qualidade faz a diferença
é a selva da sobre vivência
A formação é indispensável
Convoluções transformadas em série em séries
oh mas que raio
Já não sei o que hei-de escolher
Talvez
ponha uma pedra definitivamente
digite aquela sequência
… concordas?
Vou pôr qualquer coisa… mudar o estilo
haverá melhor incentivo?
Calibra-te certifica-te obtém marcas
Navega num crescendo de emoção
o futuro
energia talvez maquiavelicamente perigosa
A rondar o abismo o limite
O fim como meio os fins justificam os meios
ou escolha!
O meio para o fim os meios justificam os fins
Visionarismo voyeurismo ou talvez não
Violinos alegria kaô ou máquinas de calcular tristeza
Qual a escolha?
Quem sairá prejudicado?
III. Aquaismja
Anseio por te ver
tenho saudades quero tocar-te
Quero sentir o teu prazer
As responsabilidades os compromissos os afazeres
não o permitem
Aspirar o perfume com que me inebrias o cérebro e inflamas o coração
Isso é melhor que...
Sinto-me totalmente absorto em ti e já nada faz sentido
Minimalmente minimal
já não digo coisa com coisa
aliás se calhar nunca disse
porque
tudo o que parece deixou de o ser.
Claudio Mur
Sem comentários:
Enviar um comentário