Amontoam-se em mim, sou um cemitério.
Tenho a voz repleta de medo.
Entre mortos e medo nada mais resta da vida.
Os jornais fuzilam-me ao pequeno-almoço
e o pão sabe a escárnio.
O mundo é um álbum necrófilo
que folheio página a página.
Entre rostos de órfãos
e fachadas de hospitais
os dias deixam detritos como impressões digitais.
O que devo fazer?
Héctor Yánover
em "Por alguma razão, antologia de poesia argentina", página 64
Tradução de Hugo Miguel Santos
Edição Contracapa
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