Tomei conhecimento,
e reproduzo um dos poemas fotocopiados que o Julião me arranjou:
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LIBERDADE
(O QUE EU FIZ, NÃO FIZ, QUERIA E NÃO QUERIA TER FEITO)
Amei o Rock
O futuro da geração hippie que Amo ainda.
Percorri Picadilly, Trafalgar, Dame Square,
No papel e no ácido de uma trip.
"Shutei heroa", pó branco num guetto negro de Jonesburgo.
Ainda na África do Sul fui preso
Por ter partido a cabeça a 7 polícias
e vi-me aphartado do Mundo,
pelas grades de uma prisão,
vendo-os despejar grades de cerveja...
Sem ter um cigarro.
Inchei de fome no Biafra e no Bangla Desh,
Incendiei-me com gasolina em Praga,
e sem esquecer Dubcek,
perdi-me e achei-me nos seios da Bo Dereck.
Fui estudante em Maio,
com pedras parti todos os vidros,
dos óculos das prisões de Varsóvia.
Fui padre e lançado ao Vistula,
cacei patos no Vietname
e nunca matei nenhum Americano.
Com as cores russas corri em Los Angeles,
Fumei ópio e bebi vodka com os Led Zeppelin
em Leninegrado.
Descobri que ser poeta
É ser um homem em Portugal.
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Júlio Alberto Allen Vidal
(Julião) - 1987
Porto - Portugal
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