sábado, 25 de junho de 2016

ZMB - The companion of lady wind


THE COMPANION OF LADY WIND from zmb_mur on Vimeo.

"The companion of lady wind"
2013
ZMB

Dezoito meses depois da realização deste filme musical, alinhavei
em retrospectiva as seguintes paroles:
'
Agora uma refinada jarra de flores antes uma vulgar cabeça de cavalo,
o companheiro da senhora Vento diz:
- Larguei o vudu, esqueci a boneca. O milho continua a oferecer pombas às pessoas.
Logo o superego aparece para troçar desta construção disléxica de palavras e lhe diz:
- É ela, não és tu que te cansaste de esperar, ela é que não quer ter mais contacto contigo.
O filme é muito fora mas o confiante Id aguenta-se, tem alma de gato e não morre nunca o desejo, está já tarimbado e cala o chato. Deixa-o sem qualquer argumento que possa escrever ao lhe replicar:
- As pessoas esperam pelo dia de S. Nunca-à-tarde. Ela nunca virá mas sempre tivemos paris. Nem só de espinhos vive o mar. Em paralelo com o pedaço de coração confiscado numa cabana (em memória rom), novas marés hão-de-vir como mel para o coco. A minha cuca não recusa água alguma, torna-a aliás potável e ela sabe, é por isso que ela não vem, sabe que o seu riso poderia dizer: It's the story of my life.
'
Claudio Mur [2014]

Entretanto novas marés vieram

'
e se tu me perguntaste se eu já tinha conseguido trazer a senhora Vento de volta
eu respondi que já não me lembrava da senhora Vento
e afinal nem só a Vento foi boa para mim
o que poderá querer dizer que não sou homem de uma só mulher
ou, dito de outra forma, várias mulheres me tocaram,
tu tocaste-me este São João, nunca tive São João tão etéreo
disse-te que todas as mulheres são diferentes e que é preciso encontrar o seu coração
disse-te que todos os homens são diferentes e que eu sou como uma flor que tem o seu tempo para ser colhida
(a senhora Vento dizia que eu era a flor do seu cacto no deserto)
disseste que o teu coração tem vários compartimentos e assim o meu também
estás a partir de hoje, no momento em que agora escrevo, num quarto só teu dentro do meu coração,
a tua xícara de café está guardada na caixa de ferramentas para que só tu a uses
se um dia voltares
com as tuas circunstâncias resolvidas,
eu não posso competir com ele
mas fiquei contente por te fazer feliz e por ter felicidade contigo,
por teres dito que tenho como qualidades a gentileza e o amor,
hoje estou cheio de preguiça, não me apetece fazer nada,
é o estado em que me deixas,
a minha cara de pidão, a minha voz langorosa de dragão, o trato com que me deixaste
Ouvímos os fados da Cidália Moreira mas podíamos ter ouvido a capoeira da tua bisavó.
Seria igualmente bom, é pena eu ter vendido o cd por precisar de dinheiro
e a procura no tubo não encontra resultados. 
Vai e volta querida
e quando vieres toca à minha campainha.
'
Assinado: eu

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