segunda-feira, 17 de junho de 2019

A presidente da Sociedade de Seres com Sexo

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Só após a minha entrada no cemitério, já uma alma danada, descubro a competição inesperada.
Discutindo modos de comunicar penso em silenciosos compromissos,
A relatividade, o jogo de ela se fazer de difícil… até que o ciúme revele a neurose.
Saio com um sorriso e um aperto de mão… institucional mas sem a resposta concreta.
Penso que se existirem três caixotes com livros e cadernos meus,
Gostaria que neles estivesse incluído o ninja pescador… eu pesco.
Que personagem de filme és tu?, pergunto a mim próprio quando saio de casa.
Tenho que fazer uma preguiça avançada na web e descobrir
A verdade ir a mente tal vez encontrar alguma informação
Com palavras-chave e registos oficiais da presidência da SSS.
De tanto o gato ir aos ninhos um registo se torna possível:
“Alô alô this is a msg from sirius b netsent…
…tnesten b suiris morf gsm si siht ôla ôlA
War is a white cock’s man I prefer we go along the Cheyenne way if you like,
Tell M, your phone #, dear M? Oh the buffalo road!
Piano chaos hyper soft ware free wear fur production,
Please dear M, you’re so beautiful in yr black dress,
I like your blonde hair, your skin seems so soft,
Please tell me: do you have an email address?
Spot the differences.
Enviar em inglês porque o erro se torna um silêncio sonoro de mistério, uma faísca.
O cachecol começa a fazer-se necessário. Faz frio porque ela não responde.
Espero pelo stalker. Ele providencia o mais perfeito sublimador. Escrevinho portanto.
Chego a casa, chove no meu rés-do-chão. Devem esperar que eu entre de pistola!
A música retro é tocada ao vivo, uso o elevador da virgem negra. Sem dormir.
Os desejos de um dependente, ainda me chamarão de palhaço se entrar sem pistola!
Anestesiado pelo haldol os meus desejos são impossíveis de reter. Tento falar de:
Escrevinho: deviam ter um carimbo na testa a dizer incompetência: livro amarelo já!
Existe uma tentativa de comunicar, de partilhar ideias mas a minha boca está em off.
Quadros futuros tal vez mas, o medo de, por causa de um sorriso grátis, escolhas
Realizadas com consequências… sou hoje personagem de filme aborrecido:
Didgeridoo, queria eu como modo de comunicar. Sangue cozido aquecido com óleo
Numa frigideira, possuo eu este rendimento mínimo. Estabilidade, conforto? Possuo nada.
Falta a receptora, quem procuro? Quem procuram elas? Olha! Ela gosta do Gerês.
“Net line. Waiting for miss death, save my simple soul from being frisked.
Are you ok now? L’ oeil cloué n’est pas mort.
I smiled and said yes but I felt I wanted to fuck the world.
Yo bunny girl, tu es très jolie. Truthfully natas a sa’nt ann nás,
oh… nice talk with the family & friends, nice polen by lunch,
I am so happy today, everything went all-right!
Bullshit, the times, they are changing miss tambourine!
muzak muzak pintura bela ela escrevinha apressada ao ver que eu a vejo escrever
muzak ganza muzak bela guarda o meu sol e pinta-o querida com as tuas estrelas
muzak muzak muzak ad eternum escreve tu em vez dela a brutalidade do nosso desamor
Albert ayler encontrado morto no rio, em vinyl please, mas tu sais enquanto podes.
Vou colar cartazes. Prefiro o arlequim ao palhaço mas reduzo-me à insignificância.
Sou um reles palhaço. Pagam-me algum dinheiro. Volto.
A vontade – ser calmo, consciente; o desejo ambicionado – ter alguém, liberdade;
A ansiedade – não falhar; a essência final – a minha mo cha é social sexual política.
A minha mente esquece lembra imagina mente a minha mente revela-se uma mentira.
Exausto, durmo por fim. Acho que sei porque me sinto morto. Lembrança. Dor.
Não consigo dizer tudo. É tudo sem lógica narrativa. Falo de quê? Desabafo.
É tudo uma questão de linguagem, interpretar o esquisito cadáver. Culpa.
Porque ninguém quer verdadeiramente saber escrevo de graça. Quase confissão.
No entanto, nada é realmente gratuito, como tu sabes. Sinto paz, durmo por fim.
Listen listen listen listen listen: a tautologia impera.
Flyers flyers fetos de pan flyers flyers: para um comerciante árabe.
Kofi kofi kofi kofi kofi kofi kofi: em macau ana anda, sai dessa Lá.
Ganza agul green gang ganza agul: no redondo do distrito te oferecerei lápis lazuli.
Flyers posters pan fletos posters: combinam com o neon comercial dizendo: bobine.
Às vezes Coil, outras vezes Sonic Youth acompanham-me no passeio diário.
Às vezes a neve desterra os azuis dourados fugindo à medicação de templos militares.
Enquanto caminho para o vosso concerto imito a polifonia dos Virgin Prunes.
Digo assim aos meus botões:
“Não posso pedir mui to lalala lalaãa-a
em quin ze dias gastei o que re ce ce bi, em quin ze dias lalaãa-a
Excel lente des graça… atão mas se re ce ce beste tu lalaãa-a
dinheiro a mais e as contas não batem certo?
Em que gas tas te tu di nheiro?
Nã sei agora e ‘tou com von tade de ex plodir diante do gera dor lalaãa-a!”
Gosto do vosso concerto, gosto de coisas bonitas, gosto de qualquer ti: tonaite-ita.
Lovely circus artist. Orgulhoso assim me imagino aos vossos olhos.
Todas vocês sorrindo para a fotografia que fará parte do meu dote.
Com qual de vocês pintarei hoje um quadro intitulado Solstício de Inverno?
A boleia te decide. A tua porta. A revolução electrónica que se urge como linguagem.
A tua amiga mais interessante que se decide. Deixa-nos sós, a sós com a planta.
Oh sim claro, esta música… muito fixe! Mas quando perdes esse medo, tu bebé?
A nice sunday morning, o sol entrando pela clarabóia nos mil e um sótãos da língua.
Algo a lembrar de vez em quando: Os teus olhos mudam quando partilhamos a noz.
Mas a fotografia indicará o facto no final da manhã: estou sem emprego.
Ela poderá dizer contar acrescentar que sim viu dissemos contamos acrescentamos…
Breaking the waves, um filme sobre a fé, numa coreia da correia da tua carreira,
Tens medo, não tens vontade de não ter medo, queres escrever um livro sobre… eu sei,
Não tens vontade então não acreditas. Ponto final. Eu ouço música de headphone.
Sais a escrever na estação, vite vite! Digo-te a base do teu sofrimento:
Nós quando nascemos não temos nada a limpar e quando morremos acumulamos.
Eu queria lutar por nós e não apenas porque ela lutou por mim, talvez eu tenha dito.
Erro de palmatória: há coisas que se não deve ter a ansiedade, o desejo de explicar.
Eu explico em linha tanta coisa a tantas que me nunca pedirão linhas de guia.
E quando e se me pedirem já eu terei mudado para uma nova linha de comboio.
Sugaste-me a fúria adquirida. Eu explodi de ridículo. A catástrofe is creation.
Senti-me um dos teus pais. Tu, esmigalhada no meio dos meus dentes,
O teu olhar ignorando-me. Deixo a zine e uma mensagem-bomba que não envio, a
Quem? Quando tirares a merda da cabeça e precisares de um homem procura-me,
Estou mal disposto, não paro quieto, ando de um lado para o outro, é duro nos
Intervalos, preciso de um fix para anestesiar
A dor.
Mas se calhar sou eu que não sou verdadeira mente óme, homessa Pavese às vezes!
Confusão com fusão refundindo o género de Id, tanta vez pedindo a libertação de Id.
Opções vezes três fusão com a dispersa são, saudavelmente necessitada do meu Id.
Voltando ao passado e escrevinhando: hoje: fui recusado. Sublimarei a maldade.
Farei da tua amiga a tua sucedânea, a minha libertação dessa negra sombra de XeR…
Em Lá. Mas eu em Derza, ler-lhe-ei o resumo das nossas duas imaginadas semanas.
Os resultados seguem iguais dentro de instantes:
Der neu zeit starts tomorrow night pintaremos a manta desses cães que não fumam,
Ma belle arrependo-me, tu es très jolie ma belle eu sei que sim,
Sleep tight with the fairies... oh psicose de procurar matar uma amora com nova
Amora, os últimos dias de um hashishin terminaram perdidos por opção voluntária
Em rolo de papel higiénico. Não consegui pintar o quadro com ela. Ela não quis.
Nem sequer preciso de utilizar a explicação de ‘poligénese literária’ do Umberto Eco
Para que me levante hoje da cama com a voz da Kim dizendo que quer ser levitada,
Para que me dirija a macau em frente do néon dizendo Bobine,
Para que peça simplesmente um galão e entre com uma palavra-passe na zon fon free,
Para que repare em mais uma fotoevidência da associação-comparação com merda,
Para que... passível de acontecer, desejei eu isto? Ah o desconhecimento de mim…
Eu sei que sou cruco mas devem querer que eu exerça o meu direito de me manter
Calado. No entanto e às vezes, sou tão humano quanto vós e escolho em consciência.
Somos todos perfilhações em volta de uma linha, inveja do que não possui ninguém.
Às vezes compramos, outras vezes trocamos, muitas vezes roubamos quem
Não aceita a nossa moeda.
Aqui seria de boa educação soletrar sem erro, transcrever uma perfilhação de Borges:
O Homem é um morto que, às vezes, tenta conversar com outros mortos que ele acha
Ilustres. A matéria que eu curso é psicofisiologia.
O que não posso pensar é que esses mortos ilustres queiram conversar com um morto
Sem qualidades.
Se eu ainda fosse a pitinha de uma dama de copas ou lhes pagasse a conversa hmm…
Quando a musa ainda gostava da minha conversa chego a falar-lhe da dama de copas.
A musa diz que a dama de copas é a pior espécie.
Quando lhe suspiro que essa música me parece falar de mim,
E que talvez esses sóis pareçam se transformar em luas para seduzir a dama de copas,
Como se a dama de copas fosse eu, como se todos quisessem inverter a história,
A musa refere o filme ‘boys don’t cry’ onde se passa o inverso: é o desejo dela morder.
Na música os Coil perguntam: What are you going to do if they don’t believe you?
(Um compasso de espera até eu me recuperar do unsafe mail trait.)
Logo cantam a resposta possível: The ink is still wet, make the most noise, the empty
Vessels ring through. Is it so awful to be seen, feel and fail?
Manuelle Biezon, personagem escrevinhada e aparecendo como se, a gata negra
Mura. Eu não sou Hölderlin, no entanto hoje o seu trabalho é legível, diz-me uma
Amiga. Diz que o literalismo homicida talvez se justifique, que hoje é válido
Procurar o peixe púrpura na varanda e tingir de vermelho as sombras e
O escurecer da manhã na melancolia da minha mente.
O mundo reverteu a sua polaridade, o fim do mundo já foi, eu também o escrevinhei.
O mundo dorme hoje de papo ao alto e com os pés de fora, a ruindade.
The world has turned upside down, yesterday is tomorrow only backwards.
Eu, todos os que cito, eu, personagem de filme? O Borges, cego? A biblioteca?
Talvez meu avô… talvez tu quisesses ter tempo, sabedoria para partilhar comigo.
Os avós, as mães, alguns tios gostam do trabalho que os ingénuos rebeldes dão.
Os irmãos perfilhados, os pais inventados dirão incomodados: volta para a tua rua,
Não te consideramos amigo, não sais a mim, quem é este gadjo?
Elas talvez procurem um macho viril exalando confiança, os dentes todos e brancos.
Mr. Cool acorda com dor pensando em quem o perfilhou.
No sonho quase diz sim à união de facto e se for preciso peço autorização oficial
Para namorar a sua filha, filha?!, filha de que sr.?
A mãe coloca-lhe com carinho o pequeno almoço, levanta a pressiana.
Não me respondes, não dizes sim?, pergunta Mr. Cool com remela nos olhos.
A sua noiva de facto é agora mais uma remela no resíduo de mais um sonho mau.
Não deixa de ser irónico, até insolente e porque em inglês os pássaros chilreiam:
‘Tanques pela bebedeira, so goodnight woman,
Eis uma senhora, uma lady finérrima em potência, vais
Partir muitos corações caso não sigas
O convento.’
Agora, como se eu fosse ela, escrevo em inglês, e porque os crucos têm motivos,
E não apenas o santo orgulho a proteger, para fingir a surdez a resposta dela,
Uma possível: I don’t feel like a sex object tonight, your site is still under
Construction. Mas imagino que ela possa apenas ter dito: Precisas de estabilizar.
No próximo mês não tenho tempo para tomar café. Muito ocupada.
Liberto-me com um telefonema ‘à outra’ e envio mensagem dizendo que
não sabia porque algo parecia correr mal
and sorry for disturbing your communication,
well I don’t see you for twelve days now…
can you imagine how I feel? Baby?!
She says she likes me, she says my energy is strong,
she doesn’t see me as a friend.
É quase um elogio! Mandarem-me à merda deste modo.
Choices. Options. Alone always but never alone. Lonely always.
I have only remembered after midnight.
O que tu fizeste te fazem hoje…
Nice fucking day birth her! Could it be a sign?? Would I like it?
Ela parecia o capuchinho vermelho que os meus dentes queriam sugar.
I have a future myself como caubói da meia-noite. Ridículo.
Hoje: o caubói do meio-dia hoje sustenta a minha ex-futura.
Nunca fiz o pedido nem importa se a boda deles foi só: talvez.
Confundo ela com ela e pensando em ela eu escrevo:
Devias pensar mais nos outros
Não és só tu que existes,
Não és só tu que trabalhas,
Tens medo de mim e mandas-me à merda
Dizendo que me respeitas, deverei eu lançar uma praga?
Qualquer dia não passarás de uma foto ardida
Sem cor nem cheiro.
Tudo isto se passa há muito tempo e
Tu sabes que eu confundo sempre a tua identidade nas falsas cópias que te sucedem.
Já nem sei se foste boa para mim, nunca soube o que queria ser com ti,
Só lutei por ti quando já não havia nós, nem eu, apenas as minhas nozes.
Queimei a tua imagem por descuido, hoje és a aura de um cêdê.
És a musa e mulher e mãe do meu sucedâneo, eu próprio igualmente um sucedâneo.
A presidente da sociedade de seres com sexo, a alcunha que lhe escrevo.
Mas a alcunha que ela veste com orgulho, esse nome ela não me explicou.
Se ela se desse ao trabalho ela, ela repetiria simplesmente como ela disse:
Não gosto de ti não gostas de mim. Ela ela ela sempre ela consome-te sim tu uh!
Quero ultrapassar o ponto de fuga,
Quero encontrar alguma amora e nenhuma mulher sucedânea,
Quero encontrar alguém maior e diferente de tu, uh o meu plano de fuga.
Mas dormir bem, certamente bem, ah esperança.
Gostarei de ir ao próximo ninho, oh phado.
Where’s the moon in my room? Apenas na minha cabeça porque:
As que de vocês por mim se interessam exigem devoção platónica. Nada de sexo.
Sei que tu sabes que não me deixarei ser facilmente pertença de nenhuma bengal u a.
The discovery of myself ecologically integrated
Around the world ao telefone imagino assim uma beleza,
Uma felicidade que não seja vista como triste, bacoca.
Imagino também um combate de boxe dadaísta entre o arbusto e o insano.
Este será decepado depois de enforcado, o canal história informa-me.
A honra de me despedir antes de ser despedido.
A amizade poderia ser suficiente se houvesse humor.
Hell inferno, na sala de jantar hmm heaven paraíso, em concerto de vez em quando.
Crazy singer ele?, eu? Nós!
Ao te oferecer nozes no hospital o cantactor perguntar-te-á sempre:
A menina salva, a menina dança, a menina fumará comigo?,
Eu não precisarei de recorrer ao sono literário para tu me dizeres
Sim
Até ao dia em que te fartes das minhas musas e do meu fumo nas tuas gavetas,
Até ao dia em que ameaces atirar os meus livros, os meus discos – os guarda-chuvas
Que troquei com o Satie – pela janela fora,
Até ao dia em que desejes rir-te de mim: como se, um morto revelado um peixe
Uivante – um oxímoro psicopata, um velho inquieto.
As amigas dar-te-ão toda a razão, dirão que isso não se faz a uma senhora.
Os homens dirão: Sempre foi un cabron muito mau, todo o asco tem o que merece.
A minha Gudrun é personagem de um livro de D. H. Lawrence: a mulher que nunca
Será de ninguém e que todos nós queremos possuir durante toda a eternidade.
Todo o homem alguma vez conversou com uma permutação da Nico.
Todas elas são diferentes, nós é que neste fim-do-mundo prolongado não reparamos.
Huysmans cansou-se do seu fin-de-siècle, entrou no mosteiro.
Na metáfora passei por Lá mas Eu não sou Huysmans.
A minha presidente da SSS nunca foi, tentou de algum modo parecer, a Christa
Päffgen. Fumo-a-des-ilusão-sou. Termino com o resíduo do meu solstício de
Inverno, uma psicofotografia destruindo toda a beleza da vossa linguagem.
Quero lá saber da língua! Quero uma mulher e não uma musa.
“I would like to dedicate to my sweet M so sweet flower, so it goes like dis:
I like when You make me smile in puss off y of panels,
Vegetable dishes laughing cocks le coq sportif with the river Flow in g organic,
Criminals imagining all the crippled people dancing cozy cozendo sewing,
Kiss mushy jazz Lie dead dad turning to her rehto rectus correct inter sect,
Fun like ass bin-assar-dor pain burn Being burned,
Ganga blue SG pallas less Callas a passa-r inha queer(?) queen…
Stay PLEASE call me On the phone my ears years,
Yr voice so sweet, yr my lovely flower, yr life-style my green tie on a still photo.
Smelling yr touch on a sunday Nico morning tin teen time thine and where?
Hands searching faith, Lights night neons of cum… I tell ya what,
A glass ov Port with a lemon-asphixiating heroin…
Querida caro dear beloved wanted darling sweet with sherries.
For you are murder, she said…”
Cansei-me. Não mais darei para o vosso peditório. Prefiro-me sozinho e bem casado.
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Claudio Mur em
«A presidente da Sociedade de Seres com Sexo»




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